O filósofo cristão Alvin Plantinga, 84 anos, foi premiado recentemente por suas contribuições, ao longo de sua carreira acadêmica, para o avanço da compreensão científica a respeito da realidade espiritual.
Plantinga é professor de filosofia na Calvin College e também na Universidade de Notre Damme, e ficou conhecido por, de forma embasada, remodelar o viés espiritual da disciplina que leciona, mostrando ser coerente que filósofos cristãos, como ele, possam deixar que suas convicções conduzam seu trabalho acadêmico.
“Plantinga reconheceu que não só a crença religiosa não entra em conflito com o trabalho filosófico sério, mas que é possível fazer contribuições cruciais para resolver problemas perenes na filosofia”, afirmou Heather Templeton Dill, presidente da John Templeton Foundation, entidade que premiou o filósofo, de acordo com informações do portal Christianity Today.
Além do reconhecimento com o Prêmio Templeton 2017, Alvin Plantinga recebeu US$ 1,4 milhão de dólares, que equivale, na cotação atual, a R$ 4,4 milhões. Ele é visto como integrante de uma galeria de intelectuais cristãos com contribuições relevantes para a perspectiva religiosa da academia, ao lado de Billy Graham, Chuck Colson e Bill Bright.
Carreira
Alvin Plantinga iniciou sua trajetória acadêmica no final dos anos 1950, quando contrapôs a suposição de que a fé não era compatível com a busca pelo saber. Ao longo das décadas seguintes, mostrou às pessoas que a relação entre religião e filosofia não era absurda, o que se tornou uma espécie de “prova filosófica” da existência de Deus.
Dessa jornada, originaram-se obras como “Deus e outras mentes: um estudo da justificação racional da crença em Deus” (1967), que levou a um renascimento da filosofia cristã e teísmo na academia americana.
Em 1984 publicou um artigo chamado “Aconselhamento aos filósofos cristãos”, que se tornou um verdadeiro manual para três gerações de cristãos filósofos, de todas as tradições cristãs.
Plantinga foi elogiado diversas vezes “pelo seu trabalho na filosofia da religião, da epistemologia, da metafísica e da apologética cristã”, o que o tornou o “principal filósofo protestante ortodoxo dos Estados Unidos”, segundo os admiradores de seu trabalho.
Por alguns, chegou a ser descrito como o “maior filósofo do século 20”, e desde o início dos anos 2000, quando já era um veterano na academia, focou seus estudos na compatibilidade entre a crença religiosa e a ciência. No livro “Trilogia de Ordem”, Plantinga explica que existe racionalidade na crença em Deus e expõe suas justificativas.
Alvin Plantinga comentou o reconhecimento de seu trabalho com o Prêmio Templeton 2017 e disse esperar que essa homenagem “incentive jovens filósofos, especialmente aqueles que trazem perspectivas cristãs e teístas para o trabalho, para uma maior criatividade, integridade e ousadia”.