O sacrifício de crianças ainda é uma prática comum em algumas tribos de Uganda, e um projeto missionário liderado por brasileiros relatou o caso de feiticeiros que foram queimados com fogo que “caiu do céu” enquanto se preparavam para o ritual.
O pastor e missionário Joel Engel lidera o Projeto Daniel, que evangeliza os países africanos e também oferece assistência humanitária. Durante uma das visitas a Uganda, ele se deparou com os relatos de tribos que ainda mantém as tradições ancestrais de sacrificar crianças.
De acordo com informações do portal Guia-me, Engel visitou a cidade de Kasese, na região oeste do país, onde fica o reino de Bahiira (Uganda é um país que reconhece as tribos e seus respectivos reis). Ao chegar ao local, ele e a equipe de missionários enfrentaram uma situação de tensão e reagiram através da oração.
“Quando eu peguei a palavra, eu percebi que estávamos cercados de feiticeiros. Eles estavam fazendo encantamentos contra nós. A sensação era que nós seríamos servidos no jantar [pelos canibais]”, disse Engel, que confrontou a prática de sacrifícios: “Eu estava indignado com aquilo. Se nós fossemos naquele lugar e não mudássemos nada, não adiantaria a gente ir”, destacou.
Durante a pregação, Engel sentiu-se encorajado a declarar o fim dos sacrifícios e a queda do rei tribal que cultivava a tradição: “Naquela ministração que fizemos, nós lançamos um decreto para que o rei matador de crianças fosse retirado e Deus colocasse alguém em seu lugar. Deus me mostrou que Seus filhos seriam reis naquele lugar”, relembrou.
Algumas semanas após os missionários deixarem a região, o presidente ugandense, Yoweri Museven, destituiu o rei tribal de Bahiira e ordenou sua prisão, além de dar posse a um novo rei.
Porém, o que deveria ser a marca de uma nova época sem rituais, revelou-se o contrário: os feiticeiros continuavam sacrificando crianças. Ao tomar conhecimento da situação, o missionário Joel Engel clamou a Deus e enviou uma mensagem aos ritualistas traduzida ao dialeto local, dizedo que fogo dos céus consumiria todos que tentassem sacrificar crianças.
Ao mesmo tempo, um grupo de intercessão da Força Global de Oração passou a orar pedindo a Deus que a prática fosse interrrompida. Na mesma semana, treze pessoas envolvidas com um ritual morreram queimadas, de acordo com o relato de um pastor local, identificado pelo pseudônimo Mangeni, por razões de segurança.
Segundo Mangeni, “caiu fogo dos céus” e os feiticeiros foram mortos antes que pudessem matar três crianças, que não sofreram nenhum ferimento. A repercussão do caso assustou o governo do país, que agora luta para manter a causa das mortes em sigilo. “O governo de Uganda aceitou o que aconteceu, mas eles disseram que têm que proteger a cultura de seu povo. Eles acreditam que a exibição de tais coisas na televisão e nas mídias sociais mostram a fraqueza do governo”, disse o pastor.
Mangeni também relatou que as pessoas que morreram eram autoridades locais que estavam diretamente envolvidas com rituais macabros de magia negra. Por essa implicação política, foi tomada a decisão de manter o caso em segredo: “As pessoas que morreram não são pessoas comuns, mas eram pessoas importantes. A polícia não pode dar um relatório dizendo que eles morreram por causa do fogo do céu, eles disseram que ainda estão investigando”, finalizou.
“As pessoas estão impactadas com o que aconteceu, muitas não querem falar sobre o assunto por causa das ameaças. Este acontecimento pode resultar em uma guerra interna, pois ainda existem pessoas que defendem estes rituais”, disse outra testemunha, identificada como Nakawa (nome fictício, por razões de segurança), que também destacou que o presidente ugandense é cristão e tem lutado contra os rituais de feitiçaria que envolvem sacrifícios humanos.