O ex-governador do Rio de Janeiro, Anthony Garotinho (PR) teria negociado e recebido caixa dois no escritório de uma loja virtual evangélica, no Rio de Janeiro (RJ), de acordo com uma delação premiada da Lava-Jato.
A acusação foi feita pelo ex-superintendente da Odebrecht no Rio de Janeiro, Leandro Andrade Azevedo, em depoimento ao Ministério Público Federal (MPF) na Operação Lava-Jato.
A loja virtual em questão, Palavra de Paz, é de propriedade do próprio Garotinho, de acordo com informações do G1. Os valores que o político evangélico teria recebido somam R$ 20 milhões, sendo que parte da soma teria sido repassada pela empreiteira via caixa dois.
Os R$ 20 milhões foram divididos entre as campanhas de 2008, 2012 e 2014. Nas duas primeiras eleições, Garotinho havia solicitado R$ 5 milhões para as campanhas de sua esposa, Rosinha Mateus, que concorreu à prefeitura de Campos dos Goytacazes, região norte do estado.
Em 2014, quando o próprio Garotinho disputou as eleições para o governo do Rio de Janeiro, ele voltou a solicitar dinheiro à Odebrecht, dessa vez, R$ 10 milhões, e parte dos valores foram repassados, segundo o delator, como doação oficial de campanha, enquanto o restante foi entregue via caixa dois.
Azevedo afirmou que em 2008, foi apresentado a Garotinho por Benedicto Júnior – seu superior na empreiteira e também delator da Lava-Jato -, em uma reunião com o ex-governador, no escritório da livraria evangélica. Nesse encontro, foram acertados os valores a serem repassados.
O executivo acrescentou que voltou ao local uma semana depois, sozinho, para acertar com Garotinho os detalhes dos pagamentos, e o ex-governador teria indicado as pessoas que seriam responsáveis por receber os valores.
O ex-governador afirmou, através de sua assessoria de imprensa, que nenhuma das afirmações feitas por Leandro Andrade Azevedo é verdadeira e que é vítima de uma “vingança”.
[ATUALIZAÇÃO 16H12]