Um evento organizado pela campanha de Lula (PT) em São Gonçalo (RJ) na última sexta-feira, 09 de setembro, contou com a presença de alguns pastores e o presidente da Convenção Batista Carioca, pastor Sérgio Dusilek, afirmou que a igreja evangélica precisa pedir perdão ao ex-presidente.
O discurso de Dusilek, que dirige a Igreja Batista Marapendi, foi uma negação de todos os escândalos apurados pela Justiça durante a Operação Lava-Jato, quando Lula foi condenado em todas as instâncias da Justiça pelos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro.
“Lula, a igreja evangélica tem que pedir perdão ao senhor. A igreja tem que pedir perdão ao presidente Lula. O senhor não foi só alvo da injustiça do Judiciário brasileiro. O senhor tem sido alvo da injustiça do clero brasileiro. E eu me envergonho por isso, presidente, porque o senhor não merece, não merecia, continuar passando por essa injustiça”, disse Dusilek.
Lula foi solto após mais de 500 dias preso e teve seus processos anulados porque o Supremo Tribunal Federal (STF) entendeu que os julgamentos iniciais dos dois processos em que ele foi condenado deveriam ter ocorrido em São Paulo ou no Distrito Federal, e não no Paraná, como ocorreu.
Durante o período que esteve preso, Lula atacou os evangélicos, afirmando ser um grupo religioso formado por “preconceituosos” e que o procurador Deltan Dallagnol, evangélico, responsável por processá-lo, seria um “mentiroso”.
O pastor Renato Vargens, líder da Igreja Cristã da Aliança, em Niterói (RJ), comentou as declarações de Dusilek e também questionou a relevância dos pastores presentes no evento com o ex-presidente:
“O presidente da Convenção Batista Carioca, Sérgio Dusilek disse num evento do PT que a igreja precisa pedir perdão ao ex-presidiário. Pergunto aos Batistas vocês concordam com a fala desse senhor?”, questionou Vargens no Twitter.
“São Gonçalo é a cidade com a maior concentração de igrejas por M² da América Latina. Maior concentração de pastores por M² do Brasil. No entanto, no evento do Lula, não havia ninguém conhecido. Pelo contrário, o que se viu foram militantes e não pastores”, acrescentou
Para Vargens, que também é membro da Coalizão Pelo Evangelho, a declaração do apoiador de Lula não pode passar em branco, pois ela representaria um sintoma de que a narrativa de que o ex-presidente seria inocente das acusações de corrupção já está sendo tratada como verdadeira por alguns líderes no meio evangélico que são simpáticos à esquerda:
“Como alguém que se diz cristão pode defender o indefensável? Lula foi condenado em duas instâncias pela justiça. Seus crimes foram amplamente provados, portanto, como pode o presidente da confederação Batista Carioca dizer que o clero precisa pedir perdão ao maior ladrão da República? Não meu caro. Não dá pra fazer vista grossa a corrupção do PT e seus asseclas. Corrupção destrói e mata e o que o PT fez foi saquear o erário em prol de um projeto de poder”, reiterou, em publicação no Instagram.
Ver essa foto no Instagram
O presidente da Convenção Batista Carioca, Sérgio Dusilek disse num evento do PT que a igreja precisa pedir perdão ao ex-presidiário. Pergunto aos Batistas vocês concordam com a fala desse senhor?
— Renato Vargens (@renatovargens) September 10, 2022
São Gonçalo é a cidade com a maior concentração de igrejas por m2 da América Latina. Maior concentração de pastores por m2 do Brasil. No entanto, no evento do Lula, não havia ninguém conhecido. Pelo contrário, o que se viu foram militantes e não pastores.
— Renato Vargens (@renatovargens) September 11, 2022
Eu jamais apresentei um político no culto, nunca participei de culto político. Tenho minhas convicções pessoais as quais não negócio. Mas, apesar disso não levo isso para igreja que pastoreio e muito menos ouso usar da autoridade a mim concedida para dizer alguém em quem votar.
— Renato Vargens (@renatovargens) September 11, 2022