O ex-presidente Lula (PT) comparou a Petrobras a Jesus nos momentos anteriores à crucificação, e afirmou que a empresa não teve prejuízo por ter sido roubada durante os governos de seu partido.
A Petrobras acumulou anos seguidos de prejuízos durante os governos dos ex-presidentes Lula e Dilma Rousseff (PT), e desde que o presidente Michel Temer (MDB) assumiu, vem sendo, gradualmente, gerida para recuperar os anos de contas no vermelho.
Em parte, esse cenário é responsável pela alta dos combustíveis no Brasil ao longo dos últimos seis anos.
Outros fatores, mais recentes, envolvem a crise econômica gerada pela pandemia, que desvalorizou o real frente ao dólar, a alta do preço do barril de petróleo no mercado internacional, assim como a instabilidade causada pela invasão da Rússia na Ucrânia.
Em pré-campanha eleitoral, Lula compareceu a um evento realizado por um sindicato petroleiro na Bahia e repetiu uma retórica que usou em 2018, ao comparar-se a Jesus no momento da crucificação quando foi condenado por corrupção e lavagem de dinheiro.
“Conseguiram construir, na sociedade brasileira, a ideia de que foi o roubo da Petrobras que permitiu a Petrobras ter prejuízo. Fico imaginando […] Jesus Cristo carregando aquela cruz e quando perguntam para o povo o que faz [sic] com Ele, mandam crucificá-lo. Qual foi o mal que ele tinha feito? Ele defendia que as pessoas fossem tratadas com decência e com dignidade”, disse o político.
A comparação entre a empresa e a crucificação se aprofundou: “O que fizeram com a Petrobras foi isso. O que fizeram […] foi crucificar a mais importante empresa que nós tínhamos no Brasil”.
‘Canalha’
As declarações do ex-presidente foram repudiadas pelo jornalista Augusto Nunes, de Os Pingos nos Is, da Jovem Pan News. Ele afirmou que a tentativa de Lula de desmentir fatos é uma atitude típica de de pessoas desprezíveis:
“São ladrões. Isso sim é tratar o povo brasileiro como um bando de idiotas. […] Ele acha que vai enganar o povo durante as eleições. Esse discurso é o discurso do canalha”, disse o jornalista.
Para Nunes, Lula está enganado ao achar que as pessoas o veem como inocente: “Ele achar que vai conseguir provar que é uma alma pura durante a campanha, e que a Petrobras é a versão brasileira de Jesus Cristo… isso aí […] é uma besta. Ele acha que vai enganar”.
José Maria Trindade, outro comentarista do programa, abordou a questão de forma pragmática: “O que aconteceu com Jesus foi um desígnio. Ele tinha que passar aquela provação aqui na terra. Lula não tinha que passar por essa provação, ele passou e está passando por essa provação porque as denúncias continuam, porque errou. E cometeu crime. Houve crimes e roubos na Petrobras, sim”.