O governador do Rio de Janeiro foi afastado da função nesta sexta-feira, 28 de agosto, e seu vice – que assumiu o posto interinamente – é o cantor gospel Cláudio Castro (PSC). Wilson Witzel, do mesmo partido, é alvo também de um processo de impeachment na ALERJ, o que pode colocar o mandatário interino de maneira definitiva na função.
Cláudio Castro tem dois CDs de música gospel lançados e foi eleito vereador do Rio de Janeiro pela primeira vez em 2016, quando foi convidado para compor a chapa de Witzel em 2018. Conhecido como “conciliador”, foi chefe de gabinete na ALERJ antes de disputar cargos eletivos.
Como há um processo de impeachment aberto contra Witzel na ALERJ, o governador afastado pelo STJ apostava que seu vice pudesse acalmar os ânimos dos deputados estaduais e sepultar a tramitação que pode cassar seu mandato.
De acordo com informações do portal Uol, desde que o mandato se iniciou, Cláudio Castro passou a fazer a ponte entre prefeitos do estado e Witzel, o que rendeu o apelido de “antessala do governador”, já que havia dificuldades de estabelecer diálogo com o titular. “Só através do Cláudio a gente conseguia falar com o Witzel. Nunca foi fácil não”, contou um prefeito da região serrana.
O mesmo ocorria com deputados estaduais: “Witzel nunca teve saco para governar, para lidar com o Parlamento”, resumiu um deputado do PSC. O vice-governador é descrito como uma pessoa discreta e “habilidosa” nos bastidores, além de ser amigo do ex-prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes e do presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (ambos do DEM).
No âmbito do governo federal, o vice-governador goza de apreço entre os membros da família Bolsonaro, da qual Witzel se tornou desafeto após se declarar sua intenção de disputar a presidência da República em 2022, e segundo relatos, usar uma faixa presidencial em seu gabinete.