O Halloween é uma festa de origem pagã e muitos cristãos se questionam sobre qual a melhor forma de reagir aos convites para eventos, uma vez que eles se tornaram cada vez mais comuns na sociedade brasileira.
Seria exagero recusar toda e qualquer comemoração ligada ao Halloween? Segundo o escritor Daniel Mastral, não.
“Por mais paradoxal que seja, o público mais vulnerável não são as crianças, e sim, os adultos. Pois, as crianças não compreendem o verdadeiro significado da festividade. Para elas, é tão somente um “baile de máscaras”, uma brincadeira. Não há como explicar a uma criança de três, cinco ou sete anos, o que é realmente a celebração. Elas não vão entender. Uma vez que estão no mundo infantil, dos contos de fada. Acreditam que os bichinhos falam; que papai Noel existe; que o coelho deposita ovos de chocolate para elas na páscoa, etc. Esta inocência as coloca como os habitantes de Nínive, que Deus poupou devido à falta de discernimento e conhecimento daquele povo. (Jonas 4: 10-11). Já os adultos, têm ciência do que estão se envolvendo. Trazer isso para igreja, por exemplo, é pactuar com as trevas”, afirmou, em entrevista concedida ao portal Guia-me.
Origem
O colunista Travis Allen, do portal norte-americano Grace To You, publicou um artigo em que aborda as origens da celebração do Halloween, das tentativas de Igreja Católica em suplantar a comemoração com a mudança de datas importantes na cultura cristã e dos significados do Halloween. Confira trechos abaixo:
“O nome Halloween vem da celebração do dia de todos os santos dos primórdios da Igreja, um dia separado para solenemente lembrar os mártires. All Hallows Eve, a véspera do Dia de todos os Santos, iniciava o tempo de lembrança. All Hallows Eve foi eventualmente resumido para Hallow-e’em, que então se tornou ‘Halloween’”.
“Na medida em que os cristãos se espalharam pela Europa houve um choque com culturas nativas pagãs, confrontando costumes já estabelecidos. Feriados e festivais pagãos estavam tão impregnados em sua realidade que novos convertidos os consideraram pedras de tropeço para sua fé. Para lidar com esse problema, a igreja comumente alterava a data de um feriado cristão para outro ponto do calendário que confrontaria diretamente o feriado pagão. O objetivo era combater a influência pagã e prover uma alternativa cristã, mas o que aconteceu com maior frequência foi a igreja ‘cristianizar’ um ritual pagão – o ritual permanecia pagão, mas misturado com simbolismos cristãos. Foi isso que aconteceu com o Dia de todos os Santos – ele originalmente era a alternativa cristã!”
“Os povos celtas da Europa e Grã-Bretanha eram druidas pagãos e suas maiores celebrações eram marcadas pelas estações do ano. Ao final do ano no Norte Europeu, as pessoas faziam seus preparativos para sobreviver ao inverno, colhendo suas plantações e abatendo os animais mais fracos de seus rebanhos. A vida diminuía de ritmo à medida que o inverno trazia a escuridão (dias mais curtos e noites mais longas), solo infértil e morte. As imagens de morte, simbolizada por esqueletos, crânios e a cor preta, são predominantes nas atuais celebrações do Halloween”.
“Os cristãos não devem reagir ao Halloween como os pagãos supersticiosos. Pagãos são supersticiosos, cristãos são iluminados pela verdade da Palavra de Deus. Os espíritos e potestades não estão mais ativos no Halloween do que estariam em qualquer outro dia do ano; na verdade, qualquer dia é um bom dia para satanás perambular à procura de quem devorar (I Pedro 5:8), mas aquele que está em vós é maior do que aquele que está no mundo (I João 4:4). Deus tendo despojado os poderes e as autoridades, fez deles um espetáculo público, triunfando sobre eles na cruz (Colossenses 2:15)”.
“Os cristãos devem reagir ao Halloween com cautela e sabedoria. Algumas pessoas temem as atividades de satanistas ou bruxos, mas os atos criminosos relacionados a essas práticas são muito poucas. A real ameaça está mais relacionada aos problemas sociais de comportamentos pecaminosos – dirigir alcoolizado, praticar vandalismo e deixar crianças sem supervisão”.
“Assim como qualquer outro dia do ano, nós cristãos devemos agir como bons mordomos daquilo que temos e protetores de nossas famílias. Os jovens cristãos devem ficar longe de festas de Halloween seculares, já que elas são como terreno fértil para problemas. Pais cristãos podem proteger suas crianças mantendo-as bem supervisionadas e restringir o consumo de guloseimas para aquelas em que se possa averiguar a procedência”.
“Devemos reagir com a compaixão do Evangelho. O mundo incrédulo, que rejeita a Cristo, vive em constante medo da morte. Não é somente a experiência da morte, mas tão-somente uma terrível expectativa de juízo e de fogo intenso que consumirá os inimigos de Deus (Hebreus 10:27). Bruxas, fantasmas, e espíritos malignos não são assustadores; A ira de Deus sobre o pecador que não conhece seu perdão; isso sim é realmente assustador”
“Os cristãos devem usar o Halloween e tudo que ele traz à imaginação – imagens de morte, superstições, folia exagerada – como uma oportunidade para confrontar o mundo com o Evangelho de Jesus Cristo”.
“Existe ainda mais uma opção aos cristãos: participação limitada e não comprometedora no Halloween. Não existe nada inerentemente ruim nos doces, fantasias, ou em pedir “doçuras ou travessuras” em sua vizinhança. Na verdade, tudo isso pode promover uma oportunidade única para a evangelização de seus vizinhos. Até mesmo entregar doces para as crianças que passarem por sua casa – desde que você não seja mesquinho – pode melhorar sua reputação com as crianças. Desde que as fantasias sejam inocentes e as atitudes não desonrem Jesus”.
“Finalmente, a participação de cristãos no Halloween é uma questão da sua consciência perante Deus. Não importa qual seu nível de participação, você deve honrar a Deus se mantendo separado do mundo e demonstrando misericórdia aos que estão padecendo. O Halloween nos dá a oportunidade de fazer essas duas coisas através do evangelho de Jesus e de sua mensagem que é santa e distinta desse mundo”.