No último fim de semana foi realizado em um templo da Igreja Católica na Argentina o primeiro batizado, no país, de uma criança filha de um casal homossexual. A madrinha da criança foi a presidente Cristina Kirchner, uma das maiores defensoras da lei que permitiu o casamento das mães da criança: Carina Villarroel (32 anos) e Soledad Ortiz (28), em 2013
O sacramento foi realizado na Catedral de Córdoba, e tem sido visto como um gesto de abertura da instituição conduzida pelo papa Francisco, que é argentino. A foi realizada pelo arcebispo Carlos Ñáñez.
Apesar de ter aceitado o convite para ser madrinha da criança, Kirchner não compareceu à cerimônia e enviou em seu lugar um funcionário do governo. Mesmo não tenho comparecido pessoalmente, o gesto de aceitar o convite foi elogiado pelo casal.
– Ela deixou uma mensagem social muito grande ao aceitar o convite – firmou Carina à France Presse.
Embora não tenha sido a primeira cerimônia de batismo de filhos de um casal gay no mundo, o sacramento nunca havia sido ministrado nessas circunstâncias na terra natal do atual líder da Igreja Católica.
– Isto marca um precedente. A Igreja abriu uma porta muito grande depois de tanta luta e discriminação – afirmou Carina.
Desde que foi eleito papa em 2013, o papa Francisco tem promovido amplos debates sobre a sociedade contemporânea e temas como o casamento entre pessoas do mesmo sexo, o aborto, a adoção por casais homossexuais, a comunhão de divorciados e o controle da natalidade fazem parte de um questionário enviado pelo Vaticano aos bispos de todo o mundo para ampliar os debates.
Quando foi arcebispo de Buenos Aires, Francisco opôs-se ao matrimônio homossexual, porém defendeu a concessão do batismo sem distinções.
Por Dan Martins, para o Gospel+