O propósito do papa Francisco de promover uma reforma na Igreja Católica que a torne mais inclusiva e próxima da realidade da sociedade está sendo levado adiante, e um documento com as bases dessa reforma passará a ser discutido durante a 3ª Assembleia Geral Extraordinária do Sínodo dos Bispos sobre a Família.
A reunião dos sacerdotes católicos deverá ratificar, dentre outros, dois itens que constam do relatório precedente ao debate: a definição de que divorciados pertencem à Igreja e que os homossexuais não devem ser discriminados.
Durante duas semanas os padres sinodais, bispos com voz e voto na assembleia, debaterão o assunto, com a missão de chegar a um consenso que permita à Igreja Católica ser vista de forma mais inclusiva por seus seguidores e acolher os que hoje são ignorados por conta da doutrina atual.
De acordo com informações da revista Exame, o texto aponta que há amplo consenso de que as “pessoas de tendência homossexual não devem ser discriminadas, como recalca também o Catecismo da Igreja Católica”.
Porém, o cardeal húngaro Peter Erdo, presidente-delegado do Sínodo, frisou que o relatório deixa claro que a pregação contra a discriminação dos homossexuais não significa que a Igreja Católica vá aceitar “uma equiparação destas relações [homossexuais] com o casamento entre homem e mulher”.
Com relação aos divorciados, haverá um capítulo especial sobre aqueles que voltam a se casar. Para os bispos, esse “é um dos desafios pastorais mais prementes” que a Igreja tem em mãos, e deve cuidar “deles de modo especial”.
“Os divorciados recasados civilmente pertencem à Igreja, precisam e têm o direito de ser acompanhados por seus pastores”, diz o relatório, que prevê que os “recasados” sejam convidados a fazer parte da Igreja, ouvindo a Palavra de Deus, participando da liturgia e das orações, além de realizar obras de caridade.