O avanço do discurso que tenta relativizar a violência que a pedofilia representa não pode ser ignorado pela Igreja de Cristo, e deve ser combatido de maneira enfática, na visão do pastor Renato Vargens.
O tema se tornou recorrente nos últimos anos devido ao aumento de casos relatados pelas autoridades e por pesquisadores que apontam o crescimento do consumo de material pornográfico infantil.
Renato Vargens, pastor e escritor integrante do movimento Coalizão pelo Evangelho, publicou artigo em seu blog alertando para o fato de que “nossas igrejas estão repletas de relatos de crianças e adolescentes que sofreram ou sofrem com a pedofilia”.
“Não são poucas as crianças que vivem uma vida de horrores, sofrendo as agruras de uma relação despótica, ditatorial e pervertida por parte dos seus pais e familiares. Segundo as estatísticas, nosso país encontra-se entre os que mais sofrem com a pornografia infantil. Para nossa tristeza e vergonha, centenas de casos de abuso sexual infantil podem estar acontecendo onde menos se espera. E para quem pensava que a Igreja nunca sofreria desse mal, se enganou”, lamenta o pastor.
A existência de uma vertente de relativização da pedofilia, que trata da questão prioritariamente pela suposição de que a atração sexual por crianças seja resultado de um problema de saúde, põe em risco a proteção às vítimas dos abusos que acontecem de maneira recorrente mundo afora.
Como forma de combater a opressão que pesa sobre as “vítimas de um ataque pedófilo”, Vargens convoca o segmento evangélico a se posicionar de maneira inequívoca: “Não dá para ficar calado diante um absurdo desse quilate. Sem a menor sombra de dúvida a Igreja de Cristo não pode se omitir diante de tamanho descalabro”.
“Ao contrário de alguns, acredito piamente que, aqueles que acobertam os que cometem atos de pedofilia pecam contra a Santidade de Deus. Além, é claro, de consentir de forma velada, com a dor daquele que foi violentado sexualmente. Ademais, na minha perspectiva, penso que a pedofilia é um dos crimes mais hediondos que alguém pode cometer e que aqueles que cometem essa aberração precisam ser presos e punidos com o rigor da lei”.