O pastor Lala Rasendrahasina, líder da Igreja de Jesus Cristo, maior denominação protestante da República de Madagascar, apelou aos soldados cristãos do exército que não cometam violência e que não matem.
O apelo apareceu em mensagem difundida em várias ocasiões, esta manhã, na emissora de rádio da igreja. Falando por telefone de Antananarivo, Rasendrahasina disse que pediu aos aos cristãos do exército recordarem que são batizados e, por isso, supõe-se que não podem matar nem aceitar ordens de superiores para matar .
A Igreja de Jesus Cristo em Madagascar é membro da Aliança Reformada Mundial (WARC) e está envolvida em iniciativa do Conselho de Igrejas Cristãs do país para mediar, através de solução pacífica, a violenta crise política que causou ao menos 135 mortes desde a controvérsia em torno da reforma democrática que estourou no final de janeiro.
As Nações Unidas auxiliaram a tarefa da igreja, negociando reuniões de todos os partidos políticos e a sociedade civil.
O Conselho Cristão de Igrejas estabelecerá data de conferência nacional com vistas à paz no país. A tentativa de organizar reunião no dia 12 de março foi frustrada pelo grupo de oposição, alegando que na lista de participantes constavam em demais membros do governo.
Rasendrahasina disse que a situação é muito tensa. Ele recebeu duas ameaças de que sua casa seria “queimada”, assim que o líder e outros pastores contrataram guardas de segurança.
Segundo notícias de agências internacionais, a situação no centro da capital do país é caótica. Registraram-se explosões e tiros nas cercanias do palácio do presidente Marc Ravalomanana, que abandonou a residência para refugiar-se em outra sede do governo, situada a seis quilômetros de Antananarivo.
A luta de poder entre Ravalomanana e o líder da oposição, Andry Rajoelina, deu um salto qualitativo, ontem, depois do anúncio do chefe das forças armadas de que os militares estão com o líder da oposição.
Fonte: ALC / Gospel+