No mundo inteiro, milhões de moradores de rua dependem da ajuda de outras pessoas para conseguir sobreviver, algo que muitas vezes não é facilitado, em termos auxílio, pelo Estado. Pensando nisso, uma igreja resolveu inovar para alcançar esse público.
Isso, porque, a igreja decidiu utilizar um ônibus para acolher os moradores de rua, oferecendo a eles serviços básicos como um simples banho, além de outros que possibilitam dar a essas pessoas maior senso de cidadania e dignidade.
A iniciativa ocorre na Sérvia, um país que até 1990 não havia pessoas em situação de rua. Com a Guerra dos Balcãs, no entanto, essa realidade começou a mudar, sendo agravada devido à pandemia do novo coronavírus.
“Nossa sociedade não estava pronta para cuidar de desabrigados e pessoas deslocadas, não havia uma estrutura instalada, porque não havia necessidade”, explicou Igor Mitrović, diretor de uma organização de Desenvolvimento e Recursos Assistenciais (ADRA) da Sérvia.
Dignidade
Sobre os serviços oferecidos, Igor explicou como a iniciativa é importante para a população em situação de vulnerabilidade. “Você consegue imaginar passar meses sem um banho?”, perguntou.
“Mas quando você pensa a respeito, começa a entender que esse é, na verdade, o primeiro passo em direção à retomada da dignidade pessoal”, ressalta o diretor da organização humanitária mantida pela igreja.
“Um restabelecimento de esperança que move o indivíduo de um estado de sobrevivência a uma mudança que começa usando as oportunidades que providenciamos, como assistência médica e aconselhamento profissional”, explica o diretor.
O trabalho humanitário da igreja, na Sérvia, tem sido tão importante que foi reconhecido pelo governo local, que fez questão de oferecer apoio no acolhimento dos moradores de rua.
“Nosso trabalho é único! Um mês atrás, o primeiro-ministro da Sérvia me ligou e basicamente disse: ‘Nós, como governo, não sabemos como lidar com esta situação, e queremos descobrir como trabalhar junto com vocês, e mudar a legislação para que possamos amparar melhor as pessoas desabrigadas por qualquer motivo'”, disse Igor.