Um acordo de unificação das igrejas cristãs na Angola está muito perto de ser colocado em prática pelos líderes religiosos do país. A proposta partiu do governo, que vê a necessidade de uma representação única dos cristãos.
Foi criada uma comissão instaladora com membros da Igreja de Coligação Cristã de Angola, e seu presidente, pastor Antunes Huambo, disse que as 1.200 igrejas e templos considerados “seitas ilegais” pelas autoridades receberam com grande satisfação o projeto da unificação.
Quando concluído, o projeto criará a Igreja Nacional, de acordo com informações do site local Angop. Huambo destacou que o Ministério da Justiça e Direitos Humanos deu um prazo de 18 meses para que o processo de unificação das diferentes denominações do país seja concluído.
O país lusófono é campo missionário de diversas denominações, incluindo Assembleia de Deus, Batista, Universal e Mundial, dentre outras, e vive uma explosão de denominações neopentecostais.
Antunes Huambo afirmou que hoje o Estado angolano não reconhece nenhuma Igreja. “De fato, é uma lei que não se enquadra do ponto de vista sociológico, antropólogo, histórico e realista do nosso povo. E se as 1.200 Igrejas e seitas se unirem, numa única igreja nacional, as autoridades competentes não irão ter dificuldades em legalizá-la, porque todos estarão agrupados numa única instituição religiosa”, comentou.
Segundo o pastor, a doutrina na futura Igreja Nacional vai contemplar os valores, a diversidade, o respeito pela diferença e os princípios bíblicos e teológicos das Sagradas Escrituras, assim como as leis da Constituição da República de Angola.
Segundo o líder religioso, o que existe no momento é uma desordem generalizada: “Temos vindo a constatar que alguns conselhos eclesiásticos estão a esconder igrejas e seitas ilegais”, enfatizou.