Os brasileiros estão ansiosos para voltar a frequentar as igrejas normalmente, constatou uma pesquisa realizada no mês de julho e divulgada recentemente pela empresa responsável.
O levantamento descobriu que para a maioria dos adultos, voltar a frequentar os cultos é a prioridade, mesmo com diferenças de faixas etárias. A margem de erro da pesquisa, que ouviu 1.455 pessoas, é de 2,6%.
34,5% das pessoas com idades entre 40 e 49 anos disseram que sua prioridade no pós-pandemia é o retorno regular às atividades nas igrejas, enquanto acima dos 50 anos, essa é a intenção de 33,1% dos entrevistados durante os dias 08 e 27 de julho.
Em segundo lugar de prioridades está o turismo, com 17,8% declarando ter vontade de fazer uma viagem num cenário de normalidade, segundo informações do jornal Correio Braziliense.
O sociólogo Fábio da Silva Gomes, que coordenou o trabalho da pesquisa, avalia que o resultado é um retrato do contingente de cristãos no Brasil: “Se você pegar as denominações mais históricas, pentecostais, neopentecostais e católicas, você verá que elas são majoritariamente formadas por pessoas com mais idade”, afirmou.
Gomes afirmou ser natural que o desejo por retornar às congregações tenha surgido como prioridade da maioria no país: “Se você somar evangélicos e católicos, temos quase 90% da população brasileira, que são majoritariamente pessoas com mais idade. Óbvio que têm jovens, mas não na mesma proporção do total da população”.
Abaixo dos 30 anos, a principal prioridade é retornar atividades como teatro e shows, segundo dados da pesquisa. Entre 20 a 29 anos, a porcentagem é de 14,6% e a mesma proporção é vista entre os jovens abaixo de 19 anos.
“Entre os mais jovens, predomina a intenção de frequentar centros em comércios populares e shows. É uma questão de interesse, o que mais fez falta durante a pandemia”, acrescentou o sociólogo e pesquisador.
Uma das entrevistadas pela pesquisa foi a jovem Byanca Carvalho de Souza, 20 anos, que destoou da maioria, já que elencou a volta à igreja, academia e viagens como suas atividades prioritárias no cotidiano pós-pandemia.
“Para mim, esses são ambientes com ações que me incentivam a pensar que posso viver o mais normalmente possível, apesar da pandemia. Me cativam para não desanimar e continuar a vida”, explicou.
A ideia de ter a maioria das pessoas vacinadas contra a covid-19 é um cenário que agrada à estudante: “Apesar de não estar totalmente ausente do risco, pelo menos existe uma segurança a mais devido às vacinas e precauções”, comentou Byanca.
Quando o cenário é avaliado pela renda, as pessoas com menos poder aquisitivo também priorizam a ida à igreja: 31,8% dos entrevistados com até dois salários mínimos na família priorizam a volta aos cultos e missas, enquanto para 27,4% dos que têm renda familiar acima de 10 salários mínimos a prioridade são viagens de longa distância.