Os governadores Tarcísio de Freitas (São Paulo) e Ronaldo Caiado (Goiás) aceitaram o convite feito pelo primeiro-ministro de Israel, Binyamin Netanyahu, para uma visita ao país. Na ocasião, aproveitaram para pedir desculpas pela fala “desastrosa” de Lula a respeito dos judeus.
O pedido foi feito durante um encontro com o presidente de Israel, Isaac Herzog, na terça-feira (19). Ambos fizeram referência à declaração feita por Lula em fevereiro, quando comparou a resposta militar israelense contra os terroristas do Hamas ao holocausto judeu praticado pelo genocida Adolf Hitler.
“Ao mesmo tempo, peço desculpas em nome do meu povo, de nós brasileiros, pelas declarações feitas pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva que, ao desconhecer totalmente a história, fez uma comparação a mais desastrosa possível agredindo o povo judeu”, afirmou Caiado.
O posicionamento dos governadores representa um confronto direto ao Planalto brasileiro, que desde o conflito entre Israel e o Hamas, na Faixa de Gaza, vem servindo de palco para acusações de “genocídio” praticado pelos judeus contra os palestinos da região.
Ao comentar seu encontro com Netanyahu, Tarcísio de Freitas, cotado como um dos principais nomes para uma eventual disputa presidencial em 2026, também foi taxativo ao prestar solidariedade aos israelenses.
“Reforçamos a nossa solidariedade ao povo de Israel, nosso repúdio ao terrorismo, nossos votos de sucesso nas tratativas para libertação dos reféns e construção de um caminho para a paz”, comentou o governador, segundo o Estadão.
Desastre
Em fevereiro, Lula provocou uma crise diplomática com Israel, após insinuar que o país estaria fazendo o mesmo que o regime nazista de Hitler. A declaração provocou a reação indignada dos israelenses e do primeiro-ministro do país, Binyamin Netanyahu, que acusou o petista de ultrapassar “a linha vermelha”.
“Hoje o presidente do Brasil, ao comparar a guerra de Israel em Gaza contra o Hamas, uma organização terrorista genocida, com o Holocausto, o presidente Silva desonrou a memória dos 6 milhões de judeus assassinados pelos nazistas”, declarou o primeiro-ministro.
Também em reação ao Planalto, a Comissão de Constituição e Justiça da Câmara dos Deputados aprovou na terça-feira a constitucionalidade de um projeto de lei que cria “o Dia Nacional da Lembrança do Holocausto”.
De acordo com Jorge Silva (Solidariedade-ES), autor da proposta, o objetivo desse dia será “levar à reflexão das atuais e futuras gerações acerca do que representou um dos maiores genocídios de nossa história contemporânea, o Holocausto”.