A cisão entre católicos e evangélicos, iniciada há mais de 500 anos durante o movimento que criou a Reforma Protestante, gera sempre um questionamento sobre a Salvação de quem segue a Igreja Católica de Roma. Sobre isso, o pastor e teólogo John Piper afirmou que a resposta é simples e reside onde os seguidores do catolicismo depositam sua fé.
O assunto surgiu de um seguidor do ministério Desiring God, que enviou uma pergunta a Piper sobre a Salvação de um amigo que faleceu e era católico. No questionamento, havia ainda dúvida sobre a possibilidade de ser seguidor da Igreja romana e ainda assim ser um cristão genuíno.
Piper, sempre muito didático em suas respostas, elencou temores que tem a respeito de questões doutrinárias da Igreja Católica, incluindo divergências históricas do protestantismo quanto à divindade da virgem Maria, o batismo, indulgências, justificação, transubstanciação e o purgatório.
“Em vários níveis, a posição contraditória em relação às Escrituras produzem uma espécie de religião, que temo ter levado muitas pessoas a se desviarem”, contextualizou Piper, sem fechar, no entanto, a possibilidade de que existem católicos que são cristãos verdadeiros e serão salvos.
“Eu acho que existem cristãos genuínos que são devotos e inconsistentes católicos romanos. Devotos no sentido de que são sérios e sinceros. Inconsistentes no sentido de que seu verdadeiro coração compreende que Jesus é melhor do que suas ideias ou doutrinas”, pontuou.
“Se uma pessoa tem um encontro genuíno com o Cristo vivo e reconhece a profundidade do pecado humano e a desesperança que temos sem graça e sem Cristo, e se eles veem em Jesus o substituto que Deus providenciou para sofrer o nosso castigo e fornecer tudo o que precisamos para a aceitação com Deus, e se essa pessoa se lança na graça de Cristo, abrindo mão de toda autossuficiência e apreciando Cristo como seu supremo tesouro e esperança para a vida eterna, então essa pessoa será salva — mesmo que muitas ideias doutrinárias sejam confusas ou errôneas”, argumentou o pastor.
Ao final, John Piper salientou seu raciocínio sintetizando-o: “Em outras palavras, é possível que o coração de uma pessoa e sua compreensão essencial de Cristo sejam muito melhores do que sua estrutura doutrinária. Todos podemos ser muito, muito gratos por isso”, concluiu.