Uma reportagem sobre “traficantes evangélicos” publicada originalmente pela BBC Brasil e repercutida em jornais virtuais com o portal G1, do Grupo Globo, provocou a ira do pastor e empresário Silas Malafaia.
Por meio das redes sociais, o líder da igreja Assembleia de Deus Vitória em Cristo (ADVEC) fez um protesto, classificando como “jornalismo canalha” a matéria que associa o tráfico de drogas ao mundo evangélico pentecostal.
“Tentar vincular evangélicos com o narcotráfico, é um absurdo!”, criticou Malafaia, repudiando também o uso da expressão “narcopentecostalismo”, citado na matéria. “Fica aqui o meu protesto! Preconceito bandido e canalha desse jornalismo mentiroso”.
Segundo a reportagem, os “traficantes evangélicos” estariam atuando nas favelas de Parada de Lucas, Vigário Geral e outras três comunidades na Zona Norte do Rio de Janeiro, onde existiria o “Complexo de Israel” controlado por uma facção chamada “Tropa de Arão”.
Muito embora uma pessoa possa se declarar evangélica e isto não signifique qualquer compromisso com à fé cristã, o que torna tal declaração falsa, a matéria parece fazer questão de associar os criminosos com a comunidade protestante, como se eles fossem, de fato, parte dela!
Não é a primeira vez
Parte da grande imprensa já fez associação do tráfico ao mundo protestante em outras ocasiões. Em 2019, por exemplo, essas mídias disseram que ao menos 200 terreiros usados por adeptos das religiões de matrizes africanas estariam sendo ameaçados por “traficantes evangélicos”.
Na época, o pastor e deputado federal Marco Feliciano Feliciano rebateu uma dessas alegações. “Matéria absurda do Estadão dá conta que traficantes ‘evangélicos’ atacam macumbeiros. Não existem traficantes evangélicos. Ou é evangélico e não é traficante, ou é traficante e não é evangélico. Aceitar Jesus significa renunciar ao crime!”, disse ele.
Ex-traficante e atualmente pastor, Carlos Alberto também repudia qualquer tipo de ligação do mundo evangélico ao tráfico de drogas. Segundo o líder religioso, igrejas genuínas não aceitam “traficantes evangélicos” em sua membresia.
“Um pastor sério não vai aceitar que uma coisa que é ilegal na lei humana e imoral seja associada a Cristo”, disse ele ao G1. “O pastor tem que mostrar para a pessoa que ela pode se arrepender, mas para ser aceito como evangélico ela tem que largar tudo que é contrário aos princípios bíblicos, morais e éticos.” Assista: