A iniciativa de um grupo de judeus ortodoxos que visa reconstruir o Templo de Salomão em Jerusalém vem sendo criticada por rabinos brasileiros.
O projeto conta com uma campanha de arrecadação e já possui plantas desenhadas por arquitetos especializados na Torá, que é formada pelos livros sagrados do judaísmo, além da lista completa de materiais que serão usados para reerguer o templo no Monte Moriá.
Porém, a iniciativa vem sendo criticada pelos representantes da comunidade judaica no Brasil. Numa entrevista ao portal iG, um rabino que não quis se identificar, afirmou que a crença do judaísmo é contrária à construção.
“O judaísmo é completamente contra a construção de um templo. Isso porque o Templo, principalmente esse terceiro, não é uma construção para vir das mãos do ser humano. O que se acredita é que ele virá pronto do céu. Nós, homens, não temos que nos envolver com isso”, afirmou o rabino.
O templo original de Jerusalém (Beit Hamikdash, em hebraico), também conhecido como Primeiro Templo, foi erguido milênios atrás pelo rei Salomão, no século IX a. C.
O propósito do Templo era guardar a Arca da Aliança, que abrigava as tábuas da lei com os Dez Mandamentos dados por Deus a Moisés durante o êxodo do povo judeu rumo à terra prometida. O Segundo Templo foi destruído após a morte de Jesus, no ano 70 d. C., durante a ocupação do Império Romano no território judeu.
Assista o vídeo da campanha de arrecadação para a construção do Terceiro Templo:
Templo da Universal
O megatemplo erguido pela Igreja Universal do Reino de Deus como réplica da construção descrita na Bíblia também não agrada aos judeus ortodoxos.
Ao custo de R$ 680 milhões, a obra que abriga 10 mil fiéis é considerada uma usurpação da fé judaica, e apontado por líderes cristãos evangélicos como uma “aberração” teológica.