A celebração da Páscoa, para os judeus, é tão importante quanto para os cristãos, mas com um grau altamente elevado de dificuldade quando se trata de sacrifício no Monte do Templo, local sagrado tanto para os hebreus quanto para os muçulmanos.
Este ano, a tensão no local já é uma realidade, precisando as forças de segurança de Israel prender cerca de 350 pessoas nesta quarta-feira, na esplanada das Mesquitas, o terceiro local mais sagrado do Islã.
O clima de tensão aumentou após a divulgação de que um grupo de rabinos pediu ao primeiro-ministro Benjamin Netanyahu e a Itamar Ben Gvir, o ministro da Segurança Nacional, ambos de Israel, a autorização para a realização do sacrifício de Páscoa no Monte do Templo.
Os rabinos explicam que o direito de fazer a celebração que marca a libertação de Israel do Egito é uma prerrogativa judaica, e que por isso deverá ser respeitada e garantida pelas autoridades israelenses, apesar do território ser uma área de conflito devido às reivindicações islâmicas.
“O sacrifício da Páscoa é um dos mais importantes mandamentos positivos da Torá e é o primeiro que a nação de Israel realizou durante o êxodo do Egito como sinal do pacto com o Criador”, dizem os rabinos.
“Este pacto é renovado a cada ano no pátio do Templo quando todo Israel deve participar do sacrifício ritual”, ressaltou o grupo, lembrando ainda que deixar de fazer o ritual de sacrifício no Monte do Templo significará estar “renunciando à responsabilidade que assumimos ao deixar o Egito”.
Da forma que está
O grupo de rabinos, segundo o Times of Isarel, também explicou que ainda não há as condições ideais para a celebração da Páscoa no Monte do Templo, mas que são capazes “de realizar o sacrifício em seu devido tempo e lugar, apesar de todas as dificuldades”.
Uma das dificuldades, neste caso, se deve ao fato da celebração judaica coincidir este ano com a realização do Ramadã islâmico. “Nosso desafio é marcar nossa presença, reafirmar a identidade muçulmana de nossos lugares sagrados”, afirmou um muçulmano local, segundo o UOL.