O ex-governador do Rio de Janeiro Sérgio Cabral (PMDB) foi preso na última quinta-feira, 17 de novembro, e o despacho que decretou sua perda de liberdade continha um trecho da Bíblia Sagrada a título de ilustração sobre o “efeito educativo” da medida.
Cabral foi preso na 37ª fase da Operação Lava-Jato, batizada de Calicute – uma referência à região onde Pedro Álvares Cabral, descobridor do Brasil, enfrentou sua pior tormenta. O político é suspeito de participar de um esquema de corrupção que teria desviado dinheiro público federal em obras realizadas pelo governo do Rio durante seu mandato. O montante seria superior a R$ 200 milhões.
De acordo com informações do jornalista Pedro de Carvalho, colaborador da coluna Radar Online, no site da revista Veja, o trecho citado pelo juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal do Rio de Janeiro, foi Eclesiastes 8:7.
O magistrado definiu como “atual” os “preceitos bíblicos consagrados no trecho mencionado: “Por que será que as pessoas cometem crimes com tanta facilidade? É porque os criminosos não são castigados logo”, diz o despacho.
A Bíblia na Nova Versão Internacional, popularmente chamada de “linguagem de hoje”, traz o texto levemente diferente, mas com o sentido idêntico: “Quando os crimes não são castigados logo, o coração do homem se enche de planos para fazer o mal”.