Um juiz na Inglaterra ordenou que um pai deverá levar seus filhos à missa como parte de um acordo de divórcio, mesmo ele não sendo católico. O homem, que só pode ser identificado como “Steve” por causa de restrições de relatórios sobre o caso, enfrenta uma possível desobediência ao tribunal e uma pena de prisão se ele não ir à igreja enquanto seus filhos o estiverem visitando nos fins de semana.
A exigência de comparecimento à igreja foi imposta pelo juiz James Orrell durante uma audiência em um tribunal do condado de Midlands. O juiz já havia enfrentado críticas por uma audiência no tribunal do condado de Derby, em que ele ordenou que três filhos fossem tirados de seus pais depois de uma audiência com duração de apenas 15 minutos.
Segundo o jornal britânico Telegraph, transcrições do tribunal mostram que o juiz Orrell discutiu sua própria fé católica durante o curso da audiência sobre a guarda dos dois filhos de Steve. A exigência legal de assistir à missa no Natal só se aplica a Steve, que não é católico. Sua ex-esposa é católica, mas não está sujeita às mesmas condições.
Steve, um psicólogo de 51 anos de idade, classificou a ordem como “bizarra”, e questiona que não foi dado o direito de liberdade religiosa nem a ele e nem aos seus filhos.
– O que eu acho realmente preocupante é que ele não permite a mim ou meus filhos qualquer liberdade de expressão religiosa. Eu definitivamente não sou católico. A última vez que fui à igreja estava foi há muito tempo atrás, e eu participava de uma igreja unitarista – afirmou Steve.
– Meu filho mais velho, que agora tem 10 anos de idade, já manifestou uma clara falta de crença, mas legalmente eu sou obrigado a levá-lo à missa católica romana no Natal – completou.
A exigência de frequência à igreja foi imposta a Steve em 2009 e, apesar de ter sido submetida a uma série de desafios legais, ainda continua em vigor.