“Estamos precisando orar mais pelo Kaká, hein meninas?!” Dita por Michelle Barros, 24 anos, no intervalo do jogo Brasil x Coreia do Norte, a frase representa, em especial, duas categorias de torcedores: as fãs, auto-denominadas Kakazetes, e os fiéis da Igreja Apostólica Renascer em Cristo – da qual o jogador faz parte e sua esposa Carol Celico é pastora.
“Vai, Kaká! Chuta, Kaká! Faz gol!” foram os gritos mais proferidos pela plateia composta por integrantes da Renascer e Kakazetes até a saída do jogador do campo (substituído por Nilmar aos 32 minutos do 2º tempo). Michelle, que não se inclui entre as Kakazetes mais fervorosas, assistiu à partida no telão instalado no altar do Espaço Renascer, na Mooca, ao lado de duas Kakazetes das mais dedicadas, Bruna Assis e Mayara Santos Ferreira, e outras cerca de 40 pessoas, a maioria funcionários da igreja.
Com capacidade para 2 mil pessoas, o templo não estava cheio por falta de tempo para organizar a torcida evangélica. “Como só soubemos que teríamos sinal para exibir o jogo aqui na segunda-feira à noite, não vieram muitos desta vez. Mas no domingo isto vai encher”, garante Michelle, que, além de integrante da igreja, há 10 meses faz estágio no Ministério da Comunicação da Renascer. “Vou falar com o pastor para ver se adiantamos o culto das 15 horas de domingo”, programa-se.
Diante do telão instalado no altar para vibrar pelo ídolo, torcedores de Kaká se consideram Carolzetes, já que a esposa Carol, pastora da Renascer, é tão admirada quanto o craque. Por carinho ao filho do casal, o bebê Luca, também são Luquetes.
O pastor Phillip Guimarães, 26 anos, era um dos torcedores que mais pediam gols a Kaká na estreia da seleção brasileira na Copa. “Ele é uma pessoa muito simples, um servo de Deus e um bom exemplo. Conheci o Kaká anos atrás e era certo que Deus o levaria para um grande clube.”
Descontente com a substituição de Dunga, soltou um “Fica quieto!” ao ouvir, segundos antes, o comentarista do canal de tevê prever a saída de Kaká da partida. Ao ver o gol marcado pelos norte-coreanos, comentou: “É o apocalipse! Jesus vai descer na Terra!”
Corintiano, o jovem pastor conta que, antes de se converter, aos 17 anos, pensava em ser jogador de futebol. “Joguei como meia até os 16, mas Deus foi falando comigo e me colocou neste caminho.”
“Devo muita gratidão ao apóstolo [Estevam Hernandes] e à bispa [Sonia], que sempre estiveram muito perto de nós, jovens da igreja”, conclui o líder religioso, que divide seu tempo entre os cultos e o trabalho numa instituição financeira.
Fonte: Terra / Gospel+
Via: Pavazine