Um dos locais de maior visitação de cristãos em Israel, a Igreja da Natividade, onde acredita-se que seja o local do nascimento de Jesus, estão fechados a estrangeiros por conta da pandemia de covid-19 e do surgimento da variante ômicron.
O governo israelense está sendo acusado de discriminar turistas cristãos durante a movimentada temporada de Natal, fechando sua fronteira para estrangeiros, mas abrindo uma exceção para jovens judeus.
Israel restringiu principalmente os turistas internacionais desde março de 2020, quando muitos países começaram a implementar políticas de bloqueio durante a pandemia, e só começaram a admitir visitantes estrangeiros totalmente vacinados no início de novembro.
Com o surgimento da variante ômicron, as restrições de viagem foram retomadas e nenhum cristão estrangeiro pode visitar o local.
A proibição de turistas estrangeiros em Israel foi novamente instituída no final de novembro, inicialmente por duas semanas, e posteriormente foi prorrogada. Além de proibir viagens ao exterior, as autoridades israelenses também proibiram os residentes de viajar para vários países estrangeiros para conter a disseminação da ômicron.
A cidade de Belém, localizada na Cisjordânia e controlada pelos palestinos, tem como única maneira de acesso para os turistas estrangeiros a entrada por Israel. Belém é um destino popular entre cristãos.
De acordo com informações do portal The Christian Post, agora a indústria do turismo em Belém está prejudicada, assim como em outros locais da Terra Santa, que pelo segundo ano consecutivo não pode receber estrangeiros durante o Natal.
No início de dezembro, as autoridades israelenses abriram uma exceção à proibição de turistas para jovens judeus de todo o mundo que desejam viajar como parte de uma exceção por “direito de primogenitura”.
Mas as restrições ainda permanecem em vigor para outros estrangeiros, incluindo turistas cristãos que desejam viajar para cidades históricas onde Jesus esteve durante seu ministério, o que inclui Jerusalém, Belém e Nazaré.
Wadi Abunassar, consultor que assessora igrejas que organizam viagens para Israel, disse que várias denominações cristãs não estão satisfeitas com o que consideram discriminação:
“A discriminação racista nunca deve ser aceita de forma alguma! Exorto as autoridades israelenses a tratarem com igualdade todos aqueles que desejam visitar o país, sem qualquer discriminação religiosa”, escreveu Abunassar no Facebook.
A Igreja da Natividade está passando por reformas significativas, que devem continuar. O projeto de restauração está sendo tocado com contribuições dos Estados Unidos, e já consumiu ao menos US$ 15 milhões.
A antiga igreja foi nomeada Patrimônio Mundial da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) em 2012, além de já ter sido anteriormente listada na Lista do Patrimônio Mundial em Perigo da UNESCO devido a um “estado de conservação deficiente”.