O uso medicinal de um derivado da maconha, o canabidiol, tem sido usado por ativistas pró-legalização das drogas como um argumento para defender que a erva seja descriminalizada.
Contrário à ideia, o senador Magno Malta (PR-ES) lidera uma comissão de trabalho no Senado que visa conciliar as necessidades de quem precisa do medicamento sem necessariamente legalizar a droga.
O trabalho da comissão visa intermediar as tratativas entre a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) e o Ministério da Saúde para regulamentar a importação do canabidiol, derivado da folha da maconha que é livre de alucinógenos e serve para o tratamento de doenças raras causadoras de convulsão.
“Quantos no Brasil precisam desse medicamento? Está comprovado? Tecnicamente tem necessidade? Tem? Ponto. Uma portaria e atenda-se àqueles que necessitam do medicamento. Ninguém precisa legalizar a maconha para poder pegar o canabidiol”, argumentou o senador, conhecido por seu trabalho de combate às drogas e recuperação de dependentes químicos, segundo informações da Agência Senado.
Uma das entusiastas do trabalho da comissão é a psicóloga Marisa Lobo, que há anos idealizou o movimento “Maconha, não!”, que luta contra a descriminalização da droga. Marisa vem acompanhando o caso de famílias que necessitam do canabidiol e têm buscado intermediar o contato com as autoridades competentes.
Não às drogas
Magno Malta discursou no Senado falando sobre a urgência da regulamentação da importação e uso do canabidiol, e aproveitou para testemunhar sua libertação das drogas.
“Eu tenho conhecimento de causa, porque há 36 anos da minha vida tiro drogados das ruas, especificamente, gente que começou nessa vida fumando maconha. Aliás, sem nenhuma vergonha disso, digo orgulhoso que fui liberto, lavado no sangue de Jesus. Eu usei maconha e fui liberto aos 17 anos de idade”, afirmou o senador, mencionando seu trabalho social em seu estado natal.