Aliado de primeira hora de Jair Bolsonaro, o pastor Silas Malafaia comentou o turbilhão de eventos políticos ocorridos na última sexta-feira, 24 de abril, com o pedido de demissão de Sérgio Moro do cargo de ministro da Justiça e Segurança Pública, as acusações feitas contra o mandatário e sua resposta.
Em suma, Sérgio Moro acusou Bolsonaro de interferir nas ações da Polícia Federal e demitir o diretor-geral da instituição por interesses políticos. O presidente, rebateu, insinuou insubordinação e incompetência na conclusão de investigações e afirmou que Moro exigia ser indicado para o Supremo Tribunal Federal (STF).
Malafaia, então, publicou vídeo criticando a decisão de Bolsonaro de mexer nesse quadro da PF com o país ainda atravessando uma crise de saúde pública por conta da pandemia do coronavírus. Nas semanas anteriores, o pastor da Assembleia de Deus Vitória em Cristo (ADVEC) vinha elogiando a atuação do presidente por não deixar de alertar sobre a crise econômica iminente.
“Sou aliado do presidente, mas não sou alienado. Apoio o presidente, mas não sou obrigado a concordar com tudo que ele faz. Continuo na mesma tecla: achei errado a hora de provocar essa crise política. Se o presidente tem poder de demitir e admitir, porque não fez isso em agosto, quando queria a cabeça desse diretor da Polícia Federal?”, questionou.
“Por quê só agora, já que nós estamos vivendo uma crise de pandemia? Discordei do presidente, desse ato, essa atitude agora”, insistiu o pastor.
A respeito das acusações feitas pelo ex-juiz da Operação Lava-Jato, o pastor foi enfático ao dizer que ele não apresentou provas daquilo que afirmou e que a repercussão dos fatos no Jornal Nacional foi mais uma demonstração de parcialidade da TV Globo.
“A quem acusa, o ônus da prova. O Jornal Nacional abriu um bocão dizendo que Moro tinha dado as provas contra Bolsonaro. Que vergonha! Prova de quê? Onde é que Bolsonaro pediu interferência por causa de filhos? Onde é que Bolsonaro pediu interferência por causa de processos? Uma vergonha vir colocar a deputada [Carla] Zambelli… o que é que presidente tem a ver com o que deputada está falando? Isso é um jornalismo vagabundo e podre!”, disparou.
Reiterando sua postura diante da crise, Malafaia alertou que a classe política não deve subestimar a compreensão do povo a respeito do caso: “Discordar do presidente, de uma atitude política, desse ato, é uma coisa. Agora, fazer jogo sujo é outra. Senhor Moro não tem as provas. Mentiu. Bolsonaro rebateu e falou a verdade. A quem acusa, o ônus da prova. Não tem prova, já era […] Nenhum joguinho politiqueiro vai derrubar um presidente eleito legitimamente, com uma história ilibada e que combate essa safadeza, que acabou com o balcão da roubalheira no Congresso, que tinha lá durante 30 anos, que acabou com a mamata vagabunda de bilhões para a imprensa. O povo não é idiota, senhores deputados, senadores e ministros do STF”.
“Querer arrumar uma questão idiota, imbecil e sem fundamento para dar um impeachment no presidente é outra. […] Discordar do presidente, discordo várias vezes, mas continuo apoiando. A verdade veio à tona. […] É uma vergonha”, concluiu Silas Malafaia.