O pastor Silas Malafaia resolveu fazer mais um movimento contra a indicação do jurista Luiz Edson Fachin à vaga deixada em aberto pelo ex-ministro Joaquim Barbosa no Supremo Tribunal Federal e confrontou o senador Marcelo Crivella (PRB-RJ) sobre seu voto.
“Já conheço o voto do senador Magno Malta contra Fachin, quero saber se o senador Crivella vai ter a coragem de votar a favor desse individuo”, escreveu o pastor da Assembleia de Deus Vitória em Cristo (ADVEC) em seu perfil no Twitter.
Em outra publicação, Malafaia voltou a destacar os motivos pelos quais é contra a presença do jurista indicado pela presidente Dilma Rousseff (PT) no STF: “Fachin defende direito da amante, poligamia, desapropriação de terras produtivas etc, etc… Quero ver se o senador Crivella vai apoiar ou não”.
Fachin defende direito da amante,poligamia,desapropriação de terras produtivas etc,etc…quero ver se o senador Crivella vai apoiar ou não.
— Silas Malafaia (@PastorMalafaia) 12 maio 2015
O Partido Republicano Brasileiro (PRB) – ao qual Crivella e todos os pastores e bispos da Igreja Universal do Reino de Deus que tentam a carreira política são filiados – apoiou a candidatura de Dilma Rousseff à reeleição em 2014.
A expectativa é que o PRB peça que Crivella, seu único senador, vote a favor da nomeação de Fachin ao STF. A votação definitiva sobre o assunto com voto secreto deverá acontecer na próxima semana.
Sabatina
Fachin compareceu a uma audiência da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado ontem, 12 de maio, e respondeu a inúmeros questionamentos dos parlamentares.
Ao longo de 12 horas, Fachin foi abordado sobre seus posicionamentos pessoais que vêm sendo discutidos em público, e negou que isso vá interferir em seu discernimento como ministro do STF.
Surpreendentemente, Fachin se posicionou contrário à legalização do aborto: “Sou contra. Sei que há discussões atinentes à saúde pública, sei que há discussão […]. Eu sou um defensor da vida, da dignidade e da vida humano e estou dando minha posição pessoal de cidadão, cristão e humanista de colocar a vida como um valor em si”, afirmou, segundo informações do Uol.
Ao final da longa sabatina, Fachin teve sua indicação aprovada por 20 votos a 7 pelos senadores. O último indicado ao cargo do STF que foi recusado pelo Senado foi o diretor dos Correios, Demosthenes da Silveira Lobo, em 1894, durante o mandato do presidente marechal Floriano Peixoto.