A campanha do pastor Silas Malafaia contra a indicação do advogado Luiz Edson Fachin para o Supremo Tribunal Federal (STF) está causando repercussão no Senado.
Malafaia publicou um vídeo nas redes sociais pedindo que os fiéis enviassem e-mails aos senadores pedindo que eles fossem contrários à indicação do advogado, considerado comunista e contrário à família tradicional.
Fachin tem inúmeros artigos jurídicos publicados e neles defende a paternidade presumida (em que o homem é quem tem que provar que não é o pai), pensão para amantes e o fim da propriedade privada.
De acordo com o jornalista Lauro Jardim, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB), estaria disposto a receber os líderes evangélicos e ouvir deles suas queixas quanto ao nome do advogado, que foi indicado pela presidente Dilma Rousseff (PT).
“A ofensiva evangélica chegará ao Senado na semana que vem. Renan Calheiros aceitou receber lideranças para ouvir argumentos contrários à indicação de Luiz Edson Fachin para o STF. O jurista será bombardeado nas redes sociais de pastores por ser favorável, por exemplo, ao pagamento de pensão para amantes”, escreveu Jardim no site da revista Veja.
No entanto, Fachin estaria atento à movimentação dos evangélicos e já teria, inclusive, tentado contato com o líder do movimento contrário a ele: “Preocupado com a articulação dos evangélicos contra a sua indicação ao STF, Luiz Edson Fachin está tentando ser recebido por Silas Malafaia para um encontro. Desde o fim de semana, a campanha evangélica já lotou a caixa de e-mail dos senadores com uma média de 1 000 mensagens contra a nomeação”, informou Jardim.
Exagero?
A indicação de Fachin ao cargo que era ocupado pelo ministro Joaquim Barbosa proporcionou o surgimento de diversos artigos na internet questionando a escolha de Dilma Rousseff.
Para o pesquisador João Luiz Mauad, diretor do Instituto Liberal e colunista de jornais como O Globo, Zero Hora e Gazeta do Povo, dizer que Fachin é um comunista não é uma “metáfora”, mas o termo exato para descrever seus posicionamentos, que vão desde o fim da propriedade privada à concessão de direitos às amantes.
Já o jornalista Reinaldo Azevedo, colunista da Veja e comentarista político da rádio Jovem Pan, “Fachin é um assombro”, pois defende alterações no conceito de família que dariam às amantes, os mesmos direitos que a esposa, além de propor ideias que flertam com a poligamia.