O pastor e empresário Sila Malafaia ficou revoltado com o relatório da CPMI (Comissão Parlamentar Mista de Inquérito) do 8 de janeiro, apresentado pela senadora Eliziane Gama, o qual pede o indiciamento do ex-presidente Jair Messias Bolsonaro e os ex-ministros Anderson Torres, generais Augusto Heleno e Braga Neto, entre outros.
Em seu documento, Eliziane acusa Bolsonaro de ter sido o “mentor intelectual” dos atos que resultaram em vandalismo contra a sede dos Três Poderes, em Brasília, mesmo ciente de que o ex-presidente estava nos Estados Unidos desde o dia 30 de dezembro de 2022, retornando ao Brasil apenas em março desse ano.
Em um vídeo divulgado em suas redes sociais, Silas Malafaia classificou Eliziane, que é apoiadora do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, como “uma comunista travestida de evangélica”, negando a sua identidade cristã. “Ela não é evangélica”, afirmou o pastor.
“Ela é uma comunista travestida de evangélica. Porque, se ela fosse evangélica, ela obedeceria o que Jesus falou em Mateus 5:6 que diz: ‘Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque serão fartos’. Ela tem nojo da justiça. O seu relatório é injusto, cretino, canalha, inescrupuloso, parcial e vingativo”, disparou Malafaia.
Relatório polêmico
Em sua defesa, Eliziane Gama argumentou que o relatório da CPMI, inclusive já aprovado nesta quarta-feira por maioria dos votos, “foi subsidiado e construído também por uma equipe da mais alta qualidade, servidores do Senado, da Câmara, da Polícia Federal, do TCU, servidores da Controladoria-Geral da União, do Banco Central, da Receita Federal, servidores de órgãos de fiscalização e controle.”
Críticos do governo, contudo, questionaram a imparcialidade na elaboração do documento, apontando que nenhum integrante do governo foi alvo de pedido de indiciamento.
Figuras como o general Gonçalves Dias, por exemplo, ex-comandante do Gabinete de Segurança Institucional (GS) que foi flagrado ao lado dos invasores no 8 de janeiro, não foi citado.
“A relatora escolheu proteger G.Dias. Ela não protegeu apenas a República do Maranhão, ela protegeu G.Dias. G. Dias não é enquadrado. G. Dias não tem sugestão de indiciamento. Dino deixa a Força Nacional plantada no estacionamento do ministério. G. Dias não aciona ninguém. E mesmo assim, para a relatora e o seu mundo de faz de conta está tudo certo, está tudo bem. O importante é sustentar a narrativa”, criticou o senador Marcos Rogério, segundo a Agência Senado. Assista: