Os pastores Silas Malafaia e Marco Feliciano (PSC-SP) comentaram as acusações feitas contra Eduardo Cunha (PMDB-RJ) e questionaram o fato de o delator Julio Camargo, um dos colaboradores da Operação Lava-Jato, só ter lembrado das supostas propinas pagas ao presidente da Câmara agora, justo quando novos fatos que comprometem ainda mais o Partido dos Trabalhadores foram trazidos à tona.
Segundo Camargo, Cunha teria exigido R$ 5 milhões de propina por intermediar um contrato de uma empreiteira com a Petrobrás. Em resposta, Cunha acusou o governo de pressionar o delator para que ele mudasse seu depoimento, incluindo-o entre os envolvidos na corrupção. De quebra, anunciou seu rompimento formal com a administração Dilma Rousseff (PT) e deu andamento a 11 pedidos de impeachment da presidente.
Para Silas Malafaia, é estranho que as alegações feitas contra Cunha tenham tomado tal proporção, enquanto os membros do PT mencionados pelos delatores não são alvo de investigação.
Porque o procurador geral não denunciou Lula,Dilma,Edinho e Mercadante? Todos citados na lava-jato.Estranho,muito estranho,da pra desconfiar
— Silas Malafaia (@PastorMalafaia) 18 julho 2015
“Só uma pergunta: porque a turma da elite do PT, [Aloizio] Mercadante, Edinho [Silva], Lula e Dilma, denunciada pelos delatores, não foram alvos da procuradoria? A coisa está muito estranha, tirando o tesoureiro [João Vaccari Neto], ninguém importante do PT foi denunciado como estamos vendo acontecer com outros. Quem estiver envolvido nessa lama do petrolão, que pague. E a turma do PT? Estão querendo tirar o foco do governo, isso é claro. Não estou defendendo ninguém, compartilho com o pensamento do jornalista Reinaldo Azevedo da revista veja. A coisa está muito estranha […] Se Eduardo Cunha tem culpa ou não, não posso afirmar. O delator em outros 4 depoimentos anteriores negou a participação dele, porque faz agora?”, questionou Malafaia.
Já Marco Feliciano saiu em defesa do presidente da Câmara: “O deputado federal Eduardo Cunha tem o meu respeito! Fala como um estadista. É preparado e amedronta os farsantes do PT! Força Cunha! O princípio da presunção da inocência (ou princípio da não-culpabilidade, segundo parte da doutrina jurídica) está a sua disposição! Minha força é pequena mas coloco-a à sua disposição, meu presidente”, escreveu o pastor em sua página no Facebook.
No Twitter, Feliciano elogiou a dinâmica que Cunha deu à Câmara dos Deputados: “Nunca trabalhamos tanto. Sua coragem nos inspira. O PT lhe teme”.