Um dos mais ferrenhos críticos do governo Dilma Rousseff (PT), o pastor Silas Malafaia manifestou sua opinião contrária à ideia de intervenção militar para corrigir os desmandos no poder público e em outros setores, como a Petrobrás e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
Em uma entrevista concedida ao portal iG, Malafaia disse que considera estúpida a proposta de intervenção militar feita por setores da sociedade: “Isso é idiotice. Que intervenção militar o caramba. Isso é loucura”, disse o pastor.
Malafaia, no entanto, acrescentou que continua crítico do governo petista, embora saiba que no momento, ainda não se pode falar em impeachment de Dilma: “Não se pode condenar sem provas. Por mais que se pareça, não significa que é. Provou, tchau”, simplificou.
Na sequência, Malafaia ressaltou a necessidade e a importância de que as investigações comprovem o envolvimento da presidente antes que medidas mais extremas sejam tomadas.
“Sou favorável ao impeachment desde que existam provas. É querer dar atestado de idiota achar que Lula e Dilma não sabiam de nada. Mas entre eu achar e a prova tem uma distância daqui para Marte. Posso ter minhas conjecturas, mas elas têm de ser respaldadas pelo viés legal, da Justiça, da lei. Não se pode querer o impeachment da presidente porque se acha que ela sabia. Esse não é o viés”, afirmou.
O pastor afirmou que o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ) “é um monstro para trabalhar” e teceu elogios ao parlamentar: “Acho que ele está imprimindo um ritmo de trabalho na Câmara que a sociedade não tem visto na última década. Não estou dizendo que ele é perfeito, mas tem mostrado um serviço que acho importante”, pontuou.
Questionado sobre uma eventual candidatura de Cunha à presidência da República em 2018, Malafaia disse que não existe nada que o impeça: “Nunca conversei com Eduardo Cunha sobre isso, mas se ele continuar dentro desse prisma de trabalho, mostrando que é possível fazer pelo bem do País… Sempre pensei assim, acho que na política, alguém querer ser candidato porque é evangélico, aí não. Acho que o cara, para conquistar alguma coisa na política só pode ser pelo viés político, ser cacifado pelo seu trabalho. Então eu penso que amanhã se o Eduardo, pelo seu trabalho mostrar frutos, ele vai automaticamente, não porque acho ou porque gosto, mas porque é uma coisa automática”, concluiu.