Um dos pontos de maior embate entre cristãos protestantes e católicos se dá pela liturgia da igreja romana, que reverencia fiéis considerados santos, e que é entendida pelos cristãos da outra tradição como idolatria.
O pastor Silas Malafaia publicou texto em que analisa a questão e reforça o ponto de vista da tradição protestante sobre o assunto.
“O texto em Êxodo 20.4,5 é bastante enfático: ‘Não farás para ti imagem de escultura, nem alguma semelhança do que há em cima nos céus, nem em baixo na terra, nem nas águas debaixo da terra. Não te encurvarás a elas nem as servirás; porque eu, o Senhor, teu Deus, sou Deus zeloso, que visito a maldade dos pais nos filhos até a terceira e quarta geração daqueles que me aborrecem’. Na época em que a Lei foi dada a Moisés, os israelitas haviam acabado de chegar ao Egito, uma terra cheia de ídolos. Cada deus representava um aspecto da vida, por isso era comum adorar diversos deuses para tentar alcançar o maior número de bênçãos”, disse o pastor, explicando o contexto da ordem dada aos hebreus.
Para Malafaia, “infelizmente, muitos católicos, sem o devido conhecimento das Escrituras e confiando apenas no que lhes é ensinado nas missas e catecismos católicos, ainda estão presos a essas crenças antibíblicas, confessando publicamente a sua fé no poder e ministério intercessor de Maria, por exemplo”, lamenta o pastor, que acrescenta: “Eles oram a ela e adoram-na, como se ela fosse a despenseira da graça divina, a estrela da manhã, o refúgio dos pecadores, atributos que pertencem exclusivamente a Cristo”.
Em seu texto, Malafaia observa que boa parte dos fiéis católicos “desconhecem o que a própria Maria disse quanto à condição dela, igual à nossa, de salva por Deus e serva do Senhor”. O pastor menciona ainda o texto de Lucas 1:46-48, em que Maria externa seus sentimentos por ter sido escolhida para dar à luz ao filho de Deus: “A minha alma engrandece ao Senhor, e o meu espírito se alegra em Deus, meu Salvador, porque atentou na humildade de sua serva”.
“Nas Escrituras fica claro que Maria reconheceu o ministério e a autoridade de Jesus como Filho de Deus e Messias, e contribuiu com Ele e seguiu-o até o fim. Em texto bíblico algum, vemos que foi dado a Maria qualquer poder ou autoridade para realizar milagres ou interceder pela humanidade, ligando e desligando qualquer coisa no céu e na terra”, frisa Malafaia.
Na conclusão de seu texto, Malafaia aproveita para tecer duras críticas aos evangélicos que exaltam artistas gospel: “Quem é avaro ama mais o dinheiro do que a Deus; quem é egoísta ama mais a si do que a Deus; quem ‘tieteia’ artista e quem vai à igreja apenas para ouvir padre, pastor ou cantor gospel é tão idólatra quanto aquele que se inclina diante de imagens de escultura, pois cultua ídolos em seu coração. Essa pessoa precisa reconhecer seu erro, pedir perdão e ajuda ao Senhor para mudar, pois os idólatras não herdarão o Reino dos céus (Gálatas 5.20,21)”, conclui.
Por Tiago Chagas, para o Gospel+