O pastor Marco Feliciano (PSC-SP) comentou a morte de Nelson Mandela, líder sul-africano na luta contra o apartheid, dizendo que o ex-presidente “implantou a cultura da morte” naquele país.
A afirmação foi feita durante uma entrevista ao iG nesta segunda-feira. O presidente da Comissão de Direitos Humanos e Minorias (CDHM) disse que a aprovação do aborto na África do Sul foi um erro de Mandela.
“Quem mata uma criança, para mim, não é meu amigo. Então Mandela implantou a cultura que chamamos de cultura da morte dentro da África do Sul […] E até hoje os índices de aborto na África do Sul são dos maiores do mundo. Então, nesse quesito, Mandela não foi feliz”, criticou o pastor.
Em 1996, quando Mandela aprovou a lei do aborto na África do Sul, o país registrava altíssimas taxas de violência sexual contra a mulher, e o ex-presidente se baseou nesse indicador para aprovar a interrupção da gravidez. De acordo com as autoridades, anualmente são registrados 60 mil casos de estupro na África do Sul.
Mesmo com essa crítica, Feliciano afirmou que pretende homenagear o líder sul-africano com um voto favorável ao projeto de lei que cria cotas para negros em concursos públicos no Brasil: “Meu voto vai ser uma homenagem a Mandela”.
2014
Sobre as eleições em 2014, Feliciano afirma que só não sairá candidato à reeleição como deputado federal se houver oportunidade de se candidatar ao Senado.
Entretanto, Feliciano sabe que a disputa será apertada, pois há apenas uma vaga e esta deverá ser disputada pelo atual senador Eduardo Suplicy (PT), José Serra (PSDB), ex-governador de São Paulo, e Gilberto Kassab (PSD), ex-prefeito de São Paulo.
“Se fosse só ele [Eduardo Suplicy], entraria na disputa sem medo nenhum. Seria uma luta bonita, porque o sobrenome Suplicy está atrelado a tudo o que contraria a nós [evangélicos]”, afirmou o pastor.
A respeito da disputa pelo Palácio do Planalto, Feliciano diz que apoiará o candidato de seu partido, pastor Everaldo Pereira, e que de maneira alguma apoiará a reeleição de Dilma Rousseff (PT): “Eu não posso caminhar ao lado dela”, definiu, relembrando os compromissos contra o aborto assumidos com as lideranças evangélicas durante a campanha de 2010, e quebrados durante o mandato.
Por Tiago Chagas, para o Gospel+