A defesa do pastor Marcos Pereira, líder da Assembleia de Deus dos Últimos Dias (ADUD), entrou com recurso contra a condenação por estupro, mas o pedido foi negado pela 8ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro.
O relatório da negativa foi divulgado nesta segunda-feira, 16 de junho, após apreciação do recurso. A desembargadora Suely Lopes Magalhães considerou que Pereira é culpado das acusações. O pastor foi condenado, em primeira instância, a 15 anos de prisão por estupro e coação de fiéis.
Preso há mais de um ano no Complexo Bangu, em Gericinó, o controverso líder pentecostal foi condenado em setembro de 2013. Segundo o inquérito policial, Pereira teria estuprado uma fiel da ADUD no templo da denominação, em 2006.
Durante as investigações, Marcos Pereira teve sua vida pessoal devassada, e conversas por telefone com teor erótico entre o pastor e fiéis da ADUD foram divulgadas, além das acusações de que ele promovia orgias num apartamento da igreja no Rio de Janeiro.
À época, o pastor e os advogados de defesa negaram todas as acusações, e afirmaram que as gravações haviam sido manipuladas para prejudicar o líder religioso. A esposa do pastor entrou na campanha em sua defesa e negou que estivessem separados e disse que as supostas vítimas eram mentirosas.
Uma das mulheres que inicialmente acusavam Marcos Pereira de estuprá-la voltou atrás e gravou depoimento dizendo que havia sido convencida por desafetos do pastor, ligados à ONG Afroreggae, de caluniar o pastor da ADUD. José Junior, presidente do Afroreggae, concedeu entrevistas à época comemorando a prisão de seu desafeto.
Marcos Pereira tornou-se nacionalmente conhecido por intermediar rebeliões em presídios cariocas e interromper bailes funk para pregar. Uma reportagem do Fantástico, da TV Globo, mostrou o pastor interrompendo uma execução de um bandido que havia sido condenado à morte pelo tráfico que comanda os morros do Rio de Janeiro.