Marina Silva (Rede) tem o apoio de parte do segmento evangélico, mesmo com sua postura flexível em relação a temas caros ao cristianismo, como o aborto. Embora se diga contrária, defende um plebiscito sobre o tema. Na última segunda-feira, 06 de agosto, a ex-senadora concedeu uma entrevista ao reverendo Caio Fábio, em seu programa Papo de Graça.
“Só posso agradecer e pedir a Deus que não sejam envergonhados por minha causa aqueles que confiam em Deus”, disse a candidata, em resposta a um vídeo do pastor Ed René Kivitz declarando ser seu eleitor.
Ao longo da conversa, Marina reforçou sua postura pessoal, mas afirmou que dá “graças a Deus” pela laicidade do Estado, o que a permite ter uma postura mais flexível sobre temas polêmicos.
O assunto surgiu quando a candidata foi questionada pelo pastor Neil Barreto sobre como ela pretende conciliar sua fé com a presidência. “Graças a Deus, o Estado é laico […] Estado laico não é Estado ateu, como ele mesmo disse (pastor Neil). Estado laico, que assegure direitos das pessoas, inclusive direito à liberdade religiosa, direito a não ter nenhuma religião, e os direitos de um modo geral”, disse.
Uma das críticas feitas a Marina Silva no segmento evangélico se deve por sua proposta de realizar um plebiscito, caso chegue à presidência, para que a população defina se o país deve descriminalizar o aborto ou não. No programa de Caio Fábio, essa proposta foi reiterada, com a ex-senadora se dizendo pessoalmente contra à interrupção da gravidez. No entanto, grande parte do público, e de lideranças evangélicas, entende que sua postura deveria ser firme sobre o assunto, alinhada com a legislação atual.
De acordo com informações do jornal O Estado de S. Paulo, a presença de Marina Silva no programa de Caio Fábio é uma tentativa “discreta” de aproximação com o eleitorado evangélico, como forma de se contrapor a Jair Bolsonaro (PSL), que lidera pesquisas de intenções de voto e goza de amplo apoio entre os fiéis.