O pastor Mark Driscoll, fundador da megaigreja Mars Hill, de Seattle, nos Estados Unidos, pediu demissão de seu cargo menos de dois meses após se afastar para que a direção da denominação investigasse os erros cometidos por ele.
No primeiro semestre deste ano, surgiram denúncias de que Mark Driscoll teria usado o dinheiro arrecadado pela igreja para comprar exemplares de seus próprios livros, e assim fazer os títulos lançados por ele entrarem para as listas de mais vendidos, e assim, induzir os fiéis e outros leitores a comprarem as publicações.
Diversos veículos internacionais o acusaram de suborno a editores de literatura em grandes jornais e revistas dos Estados Unidos para que suas obras estivessem sempre entre os títulos mais bem colocados nas listas dos mais vendidos.
Nesse meio tempo, o pastor foi acusado também de plágio e pregações hereges, e terminou por ser afastado da conceituada organização cristã Atos 29.
No auge da polêmica, após 21 pastores da Mars Hill protocolarem junto à direção da denominação um pedido de investigação contra ele, Driscoll gravou um vídeo comunicando seu afastamento por um período mínimo de seis meses, que poderia ser estendido a um ano.
Após a divulgação das denúncias e o afastamento de Driscoll, o número de membros da Mars Hill e suas filiais caiu pela metade.
Na última segunda-feira, 13 de outubro, o pastor enviou uma carta de demissão à direção da denominação, afirmando que as investigações contra ele e pessoas que o cercavam – mesmo que não estivessem envolvidas em seus ilícitos – resultou num clima tenso e difícil de ser recuperado, que poderia ser medido pelo esvaziamento da igreja.
A direção da Mars Hill aceitou seu pedido de demissão e divulgou um comunicado com críticas severas ao pastor, apesar de reconhecer que, durante as investigações, não encontrou indícios de heresia, imoralidade ou mal uso dos recursos da igreja.
“Concluímos que o pastor Mark, muitas vezes, foi achado culpado de arrogância. Sua tendência tem sido entrar em conflito, quando contrariado. De temperamento explosivo, não foi incomum que o pastor tenha feito uso de linguagem grosseira, ou tentando impor um estilo dominador no trato com a sua equipe pastoral e o conselho de anciãos. Mesmo acreditando que o pastor Mark precise seguir tratando estas questões em sua vida particular, nós não acreditamos, de forma alguma que ele esteja desqualificado para o ministério pastoral”, afirmaram os integrantes da direção da Mars Hill Church.