A Arca da Aliança é sem dúvida o objeto de maior valor para judeus e cristãos, visto que foi um artefato construído pelos antigos hebreus sob a ordenança do próprio Deus, a fim de que o Senhor, simbolicamente, pudesse habitar no meio do seu povo.
Apesar de haver um consenso entre arqueólogos e historiadores de que a verdadeira Arca da Aliança foi perdida, existe uma igreja localizada na Etiópia que acredita possuir o artefato sagrado de idade milenar.
Se trata da Igreja Católica “Maryam Tsiyon em Aksum” (Nossa Senhora Maria de Sião). Segundo informações da ONG Europe External Program with Africa, tropas do governo e de uma milícia local chamada Amhara se deslocaram até o templo, onde centenas de cristãos estavam presentes.
Quando souberam que militares estavam indo até à igreja, os cristãos se reuniram no templo para proteger a Arca da Aliança, pois acreditaram que o governo estava indo roubar o artefato para levá-lo para a capital.
Como resultado, centenas de pessoas foram trazidas para fora da igreja e executadas ali mesmo. Segundo informações da ONU News, estima-se que até 800 pessoas podem ter sido assassinadas em um massacre sem precedentes.
“As pessoas estavam preocupadas com a segurança da Arca e, quando ouviram que as tropas se aproximavam, temeram que tivessem vindo para roubá-la. Todos os que estavam dentro da catedral foram forçados a sair para a praça”, disse Martin Plaut, ex-editor e sênior do BBC World Service Africa e pesquisador do Institute of Commonwealth Studies, disse ao Church Times.
O alto representante da Aliança das Civilizações da ONU, Miguel Ángel Moratinos, também comentou o massacre, dizendo se tratar de uma grave violação aos direitos humanos internacionais.
“Ataques hediondos são uma afronta às obrigações do Direito Internacional Humanitário e de leis internacionais”, disse ele. Por causa dos bloqueios jornalísticos no país, detalhes sobre o massacre ainda não puderam ser confirmados.