A vocação missionária dada por Deus é algo impossível de esconder ou negar. É o que descobriu o médico cirurgião norte-americano Erik Hansen. Ele vivia com sua esposa e quatro filhos de modo confortável e próspero no Sul do Texas, Estados Unidos, mas em 2010 resolveu largar tudo para cumprir o chamado vocacional de ser um missionário na África, o continente mais pobre do planeta.
Como muitos vocacionados, Hansen passou boa parte da sua vida acreditando que não tinha este chamado. “Minha esposa realmente me perguntou enquanto namorávamos, se eu gostaria de ser um missionário ou evangelista, pregando em grandes cruzadas. Eu disse ‘não’, e essa foi a resposta certa”, disse ele à emissora CBN News.
No entanto, aos poucos o Espírito Santo foi modificando suas motivações pessoais. “Então, o que nos trouxe até aqui, sete anos atrás, realmente foi Deus mudando o nosso coração”, explica Hansen, que atualmente vive com sua família no Quênia.
Discipulado médico
O trabalho missionário na África desenvolvido por Erik Hansen é diferente do modelo tradicional de evangelismo. Sua missão principal é treinar equipes de saúde para atuar nos hospitais do país, onde 40% deles são mantidos por iniciativa cristã.
Na prática, Hansen testemunha o amor de Cristo e fala do Evangelho ao atender dezenas de pessoas diariamente, enquanto também capacita novos profissionais de saúde.
“O modelo do passado, no qual os hospitais eram formados quase exclusivamente por missionários expatriados, talvez seja relevante em alguns lugares, mas, cada vez mais, deixa de ser o melhor modelo. E enquanto treinamos, a equipe queniana aqui em Kijabe cresce, metade dos médicos é africana atualmente”, disse ele.
O médico comemora o fato de que no futuro o Quênia não precisará de médicos estrangeiros, graças ao trabalho de Deus através dos profissionais missionários: “Estamos aqui para capacitar, para trabalhar ao lado das pessoas. Se isso significa que em 10, 15 ou 20 anos eu não serei mais necessário, isso é fantástico”, destaca.
“Treinar essas pessoas que irão treinar outras pessoas é um enorme impacto. Estamos falando de dezenas de milhares de crianças. Isso é mais do que eu poderia fazer em toda a minha vida e acho que o trabalho do Reino não é limitado apenas a alguém que usa uma cruz no pescoço”, finalizou.