Rogério Formigoni, que recentemente foi desligado do cargo de bispo da Igreja Universal do Reino de Deus recentemente, e os motivos passam por um comportamento impróprio para alguém que ocupava sua posição. Mas há, na mídia, questionamentos que não foram esclarecidos pela denominação.
Formigoni era visto como um dos homens de confiança do bispo Edir Macedo no passado, alcançando grande espaço na programação da Universal nas emissoras de TV. Autor do livro A Última Pedra, que se tornou best-seller, o ex-bispo teria admitido uma troca de mensagens com uma mulher casada.
A Universal, que considera esse tipo de conduta inaceitável, teria determinado uma punição dura a Rogério Formigoni, mas sem expulsa-lo da denominação. De acordo com o portal Uol, o genro do bispo Edir Macedo, bispo Renato Cardoso – atualmente no comando da igreja no Brasil – teria determinado a transferência do colega de ministério para uma filial nos Estados Unidos.
Essa iniciativa, segundo o jornalista Daniel Castro, seria uma forma de reduzir a influência de Formigoni na Universal: “Cardoso teria determinado a Formigoni que ele passasse a pregar nos Estados Unidos. O castigo, visto como muito duro, seria uma forma de tirar Formigoni do ‘radar do poder’ de Cardoso. Um dos bispos mais populares da igreja, Formigoni era tido como uma ameaça à liderança do genro de Edir Macedo”.
O desenho de cenário feito pelo jornalista do Uol é tratado pela Igreja Universal como uma especulação. Em nota oficial publicada na última quarta-feira, 30 de outubro, a denominação declara que o desligamento de Rogério Formigoni se deu segundo as “normas de conduta pastoral” estabelecidas na instituição.
“Para dar fim a especulações e fake news, a Igreja Universal do Reino de Deus vem a público para esclarecer o que de fato ocorreu na questão do ex-bispo Rogério Formigoni. No início de setembro último, Formigoni procurou a direção da Universal para expor sua conduta inapropriada, que desrespeitava frontalmente o tipo de comportamento que é exigido de todos os bispos e pastores”, diz a introdução da nota oficial.
“Tendo manchado seu ministério, segundo as normas de conduta pastoral da Universal, Rogério não poderia mais permanecer na posição de bispo. Mesmo assim, considerando sua confissão e acreditando em seu arrependimento e na possibilidade de restauração, a igreja lhe ofereceu uma oportunidade de recomeço. Porém, não aceitando a disciplina nem um recomeço, Formigoni preferiu, por decisão própria, desligar-se do ministério”, acrescenta.
A Universal conclui a nota dizendo que a liderança da denominação tem orado “para que ele, sua esposa e a outra família envolvida se restabeleçam no casamento e na fé”.
Daniel Castro acrescentou em sua reportagem sobre o caso que “uma pessoa próxima” a Rogério Formigoni relatou que o ex-bispo “teria apenas respondido, no WhattsApp, a uma mulher que o elogiara fisicamente”, e que o caso veio à tona porque “a mensagem no celular teria sido flagrada pelo marido da fiel, e o próprio bispo procurou a cúpula da igreja para relatar o ocorrido”.
Defesa
O próprio Rogério Formigoni publicou um comunicado em sua conta no Instagram, explicando sua versão da história. “Quero afirmar que durante todo o meu período como bispo da IURD, jamais destruí ou causei mal a qualquer família. Apenas não concordei com a dura disciplina da igreja por não ter tomado nenhuma atitude que merecesse tal castigo”, escreveu o ex-bispo.
A medida tomada pela Universal foi criticada por outro ex-bispo da denominação, chamado Alfredo Paulo, que mantém um canal no YouTube. Ele declarou que muitos sacerdotes da denominação já traíram suas esposas e que o desligamento de Formigoni foi tratado como “escândalo” para servir de “cortina de fumaça” que encubra alguma outra situação interna.