O uso de narrativas que visam restringir a liberdade religiosa no Brasil continua avançando no país. Um exemplo recente diz respeito à construção de argumentos, por parte de uma mídia esquerdista sensacionalista, que visa ‘cancelar’ uma revista de Escola Bíblia Dominical (EBD) da Igreja Assembleia de Deus.
Se trata do site esquerdista The Intercept, que resolveu atacar a revista de EBD da classe de jovens da Assembleia de Deus em Santa Catarina, liderada pelo Pastor Nilton dos Santos, que também é presidente da Ciadescp.
A revista, produzida pela editora Kaleo, traz como tema geral “O cristão e os desafios do nosso tempo”, dentro do qual vários assuntos são abordados. O que foi alvo de ataque por parte da mídia esquerdista, contudo, é a lição de número 12, intitulada “Feminismo e a distorção de papéis”.
Popularmente, esse tipo de investida contra mídias ou conteúdos cristãos tem por objetivo o seu “cancelamento”, que é a tentativa de punição dos responsáveis pela produção do material, censura e outras potenciais consequências.
Acusações
O The Intercept alega que a revista de conteúdo bíblico estaria sendo utilizada pela igreja como “uma cartilha antiesquerda para doutrinação de fiéis.” O site ainda demonstra incômodo pelo fato da revista citar “nominalmente Luiz Inácio Lula da Silva como defensor da chamada ‘ideologia de gênero'”.
O principal trecho criticado pela mídia esquerdista faz uma crítica ao feminismo, apontando que tal ideologia também estaria associada a práticas como a pedofilia e zoofilia (relação sexual com animais), conforme informações do portal JM Notícia.
“O feminismo representa uma das maiores armadilhas do mundo contemporâneo, levando a sociedade a um nível de depravação e perdição inimaginável. Como toda ideologia mundana, tomou proporções inimagináveis, financiando coisas sórdidas como: pedofilia, zoofilia, sexo desregrado, homossexualidade e diversas outras perversidades”, diz um trecho do material.
O que o The Intercept parece ignorar, por outro lado, é que o modo como os religiosos interpretam a realidade, o que inclui temas de ordem social e política, a exemplo do feminismo e das práticas sexuais, pode fazer parte do seu conjunto de crenças, algo protegido pela legislação brasileira.
O Artigo 5° da Constituição Federal, por exemplo, no parágrafo VI, diz que “é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e a suas liturgias”.
Qualquer material didático para fins religiosos, portanto, como é o caso das revistas da EBD, faz parte do que pode ser interpretado como “livre exercício dos cultos”, ou “suas liturgias”, estando debaixo da proteção constitucional da “liberdade de consciência e crença”.