O Ministério da Saúde deverá informar, em sua página oficial, se a campanha de arrecadação da Igreja Mundial do Poder de Deus com sementes de feijão é eficaz contra a covid-19.
Em junho do ano passado, a pasta já havia indicado que não há eficácia do grão para o tratamento da doença, mas a informação foi removida.
Agora, a Justiça determinou que o Ministério da Saúde faça “referência expressa”, em comunicado oficial, às sementes de feijão que o autointitulado apóstolo Valdemiro Santiago e a Igreja Mundial do Poder de Deus teriam sugerido como arma de combate à covid-19.
De acordo com informações do portal Yahoo!, o juiz Leonardo Henrique Soares, da Justiça Federal paulista, acolheu parcialmente o pedido do Ministério Público Federal e deu cinco dias para que a decisão seja cumprida.
Soares considerou que houve descumprimento parcial da liminar que determinou que o governo informasse no site do Ministério da Saúde se “há ou não eficácia comprovada do artefato (semente de feijão/ feijões) no que tange à covid-19”.
“Nesse aspecto, entendo que a antecipação dos efeitos da tutela não foi devidamente cumprida, pois a informação veiculada apenas faz referência a não existir ‘nenhuma base científica sobre alimento que garanta cura ou tratamento da Covid-19’, deixando de expressamente referir-se à ‘eficácia comprovada do artefato (sementes de feijão) no que tange à Covid-19′”, especificou o magistrado.
O juiz acrescentou ainda que, “tendo em vista que é evidente que o objeto da ação é a veiculação em site oficial de que o artefato específico teria alguma eficácia curativa ou combativa em relação à doença”, é necessário que o Ministério da Saúde especifique que o comunicado se refere às sementes de feijão oferecidas pela Igreja Mundial.
No início da polêmica, a Igreja Mundial do Poder de Deus se defendeu das críticas argumentando que “foi amplamente esclarecido em todos os vídeos que toda cura vem de Deus e que a semente é uma figura de linguagem, amplamente mencionada nos textos bíblicos, para materializar o propósito com Deus”.