Na última semana moradores do sul de Israel relataram terem sofrido com ataques de terroristas que escondidos em Gaza. Os relatos são de que cerca de 150 foguetes e morteiros foram disparados contra o território israelense, um deles atingindo a região de Jerusalém.
Esse foi o primeiro ataque a atingir a cidade de Jerusalém nos últimos 40 anos. De acordo com a BBC, veículos de imprensa de Israel e dos Estados Unidos informaram que um foguete foi lançado de Gaza e caiu no sul de Jerusalém, em Gush Etzion. Segundo a BBC, “bunkers estão sendo abertos para a população em Tel Aviv e em Jerusalém”. Segundo testemunhas, pela primeira vez os alarmes antiaéreos instalados há quatro anos soaram em Jerusalém.
O braço armado do movimento islamita Hamas reivindicou, em um breve comunicado, o lançamento do “foguete” contra Jerusalém e disse que se tratava de um “Qasam M-75”, conhecido no jargão militar como Fajr, de fabricação iraniana, segundo a agência EFE.
Como resposta à ofensiva do Hamas, a Força Aérea israelense realizou cerca de 300 bombardeios na Faixa de Gaza. A operação israelense contra Gaza foi desencadeada com um ataque aéreo que matou o chefe das ações militares do Hamas, Ahmad Jaabari. A resposta israelense incluiu também a convocação de 75 mil reservistas, o que indicaria uma iminente ofensiva por terra na região.
Através de folhetos lançados na região de Gaza, Israel se declarou sobre a ofensiva:
“Anúncio importante aos moradores da Faixa de Gaza: para sua própria segurança e responsabilidade evite estar nas proximidades de agentes do Hamas e instalações que representem risco a sua segurança. Mais uma vez, o Hamas vem arrastando a região à violência e ao derramamento de sangue. Em contrapartida, a IDF está determinada a defender os moradores do Estado de Israel. Este anúncio e seu conteúdo são válidos até que a tranquilidade e normalidade sejam restauradas na região”.
O aumento da violência na região tem gerado medo dos dois lados da fronteira. Moradores da Faixa de Gaza e de todo o Sul de Israel passaram os últimos dias monitorando os céus, com medo de se tornarem o próximo alvo dos bombardeios mútuos.
– Gaza é uma cidade fantasma. Tudo está fechado, escolas, comércio. Tem gente sem eletricidade, sem água. Há muito medo nas ruas a cada som de explosão de bombas israelenses ou lançamento de mísseis pelos grupos de resistência palestinos. Todos se preparam, agora, para uma possível entrada de soldados por terra – conta o jornalista palestino Yousef Al-Helou, de 32 anos, pai de três filhos.
A enfermeira israelense Racheli Friker, de 59 anos, moradora do Kibutz (nome dado às cooperativas agrícolas) Beeri, a apenas um quilômetro da região palestina, também falou do medo crescente na região.
– Não consigo fechar os olhos, porque toda vez que eu tento, soa mais uma sirene avisando que temos que nos esconder. Isso tem acontecido de 20 em 20 minutos. É aterrorizante! – conta Racheli.
Por Dan Martins, para o Gospel+