O cristianismo é considerado uma religião ilegal na Coreia do Norte, assim como a posse de uma Bíblia Sagrada. Ainda assim, missionários tentam evangelizar cidadãos do país mais fechado do mundo e ajudar os irmãos da “igreja subterrânea”, como são chamados os cristãos locais.
A partir da fronteira da Coreia do Sul, o pastor Eric Foley – um sul-coreano radicado nos Estados Unidos desde 1984 – e sua esposa enviam balões com exemplares da Bíblia Sagrada para zonas rurais da Coreia do Norte, onde elas podem ser apanhadas com maior discrição.
O cuidado pode parecer exagerado, mas justifica-se pelo fato de que, se um cidadão for pego portando uma Bíblia, ele e três gerações de sua família são condenados à prisão.
“Eu fico animado, cada vez que vejo os balões decolarem. Eles são os fiéis mais perseguidos na Terra”, disse o pastor à Fox News, referindo-se aos irmãos da “igreja subterrânea”. Os balões usam tecnologia moderna para aumentar a eficiência da entrega. Timers são usados para liberar o gás hidrogênio em etapas, evitando assim que os balões caiam em áreas indesejadas, e aparelhos de GPS são usados para determinar a localização dos artefatos que carregam as bíblias.
“Estamos constantemente monitorando as condições de vento quando estamos lançando [os balões]. E mantemos a fronteira da Coreia do Norte sempre dentro da linha de visão”, explica o pastor.
Segundo Eric Foley, a distribuição de bíblias na Coreia do Norte conta com uma característica da população local para que o Evangelho se dissemine: “Os norte-coreanos respondem muito bem a história, porque todos são obrigados a memorizar cem histórias”, revelou o pastor, fazendo referência à imposição do regime de ditadura do país, que obriga o culto à dinastia Kim, família que governa o país.
Segundo a Missão Portas Abertas dos Estados Unidos, a estimativa é que existam aproximadamente 400 mil cristãos na Coreia do Norte, e que boa parte destes estejam trancafiados em campos de concentração, onde sofrem de fome e tortura, e são submetidos a trabalhos forçados, que em muitos casos, resulta em morte.
Por Tiago Chagas, para o Gospel+