Rodrigo Westermann Malafaia se apresenta à grande mídia como um sobrinho-neto do pastor evangélico que lidera a Assembleia de Deus Vitória em Cristo (ADVEC). Homossexual, acusa o pregador pentecostal de ser defensor do ódio à comunidade LGBT e que gostaria de tornar a associação do sobrenome em comum à compreensão progressista do “amor”.
Num artigo publicado no site da revista Veja, Rodrigo expressa certa obsessão em associar sua imagem à do pastor Silas Malafaia, para em seguida, surgir como uma nova versão possível para o sobrenome da família. Que a percepção sobre a homossexualidade é oposta entre progressistas e evangélicos, não há novidade. A surpresa é a tentativa de desmoralizar a mensagem atacando a história da família do pregador pentecostal.
“Meu avô é primo do pai dele, e eu digo que o Silas é meu tio-avô distante, para encurtar a história. A qualquer lugar que ia, eu me apresentava como Malafaia […] Conforme fui crescendo, porém, minha percepção mudou — e acredito que a visão das pessoas sobre meu parente famoso também. Hoje, elas me olham com repúdio quando digo meu sobrenome. Eu não costumo usar mais o Malafaia. É como uma sombra que paira sobre mim”, diz o modelo.
No relato, o modelo diz que sua família descobriu sua homossexualidade durante a adolescência, e valendo-se de uma narrativa que o coloca como vítima, Rodrigo narra a discordância dos familiares a respeito do comportamento como uma ação opressiva, e no final do texto, usa a palavra “amor” como fosse o símbolo antagônico da postura de seus pais.
“Meus pais me colocaram no carro e ficaram horas rodando comigo e gritando coisas na minha cabeça: como eu estava errado e que havia algo ruim dentro de mim capaz de me fazer sentir atração por meninos. Só Deus poderia tirar aquela maldade do meu corpo e me salvar, eles garantiam. Pararam apenas quando fiz a promessa de que iria mudar. Eu me sentia dentro de uma prisão”, afirma.
O jovem diz que teve oportunidade de se reconciliar com a mãe antes de sua morte, em 2017, e que ainda não se entende com o pai, que segue o que a Bíblia Sagrada fala sobre a homossexualidade. Ele também se queixa de que, quando celebrar a união civil com o namorado, não terá a presença dos parentes, evangélicos, e contrários à vida que leva.
“Meu irmão se recusou a ser padrinho. Eu pensava em dar um basta nessa dor com o meu casamento. Queria abolir o sobrenome Malafaia e colocar o do meu marido no lugar. Mas cheguei à conclusão de que posso fazer a história desse nome mudar”, planeja o modelo.
“Fico indignado quando vejo que há um discurso de ódio explícito como o do Silas Malafaia em pleno século XXI. É chocante ver uma pessoa que se diz pastor e se apresenta como a voz de Deus pregar com tanto ódio e agressividade contra os homossexuais. Mas o sobrenome Malafaia não precisa ser lembrado só como sinônimo de ódio — pode ser lembrado por alguém que deseja apenas viver em paz e harmonia. Acredito que o amor sempre vence”, conclui.
Um dos grandes desafios que a igreja evangélica tem nos anos que virão a seguir é tornar clara a compreensão sobre os princípios bíblicos: não se odeia quem escolhe viver em pecado, mas há firme compromisso em se distanciar das práticas pecaminosas apontadas pela Bíblia – e que não são apenas a homossexualidade – e pregar o que diz a Palavra de Deus a respeito delas. Claramente, haverá grupos organizados sempre dispostos a distorcer a mensagem levada pela Igreja, mas é preciso trabalhar perseverantemente para que o ônus da mentira fique por sua conta e risco.
“Porque, tendo conhecido a Deus, não o glorificaram como Deus, nem lhe renderam graças, mas os seus pensamentos tornaram-se fúteis e os seus corações insensatos se obscureceram. Dizendo-se sábios, tornaram-se loucos e trocaram a glória do Deus imortal por imagens feitas segundo a semelhança do homem mortal, bem como de pássaros, quadrúpedes e répteis. Por isso Deus os entregou à impureza sexual, segundo os desejos pecaminosos dos seus corações, para a degradação dos seus corpos entre si. Trocaram a verdade de Deus pela mentira, e adoraram e serviram a coisas e seres criados, em lugar do Criador, que é bendito para sempre. Amém. Por causa disso Deus os entregou a paixões vergonhosas. Até suas mulheres trocaram suas relações sexuais naturais por outras, contrárias à natureza. Da mesma forma, os homens também abandonaram as relações naturais com as mulheres e se inflamaram de paixão uns pelos outros. Começaram a cometer atos indecentes, homens com homens, e receberam em si mesmos o castigo merecido pela sua perversão. Além do mais, visto que desprezaram o conhecimento de Deus, ele os entregou a uma disposição mental reprovável, para praticarem o que não deviam. Tornaram-se cheios de toda sorte de injustiça, maldade, ganância e depravação. Estão cheios de inveja, homicídio, rivalidades, engano e malícia. São bisbilhoteiros, caluniadores, inimigos de Deus, insolentes, arrogantes e presunçosos; inventam maneiras de praticar o mal; desobedecem a seus pais; são insensatos, desleais, sem amor pela família, implacáveis” –Romanos 1:21-31.