Yago Martins, pastor e youtuber, teria sido convidado para fazer uma live com o pré-candidato à presidência Sérgio Moro (Podemos).
Opositor do governo do presidente Jair Bolsonaro (PL), o pastor Yago Martins teria sido procurado pela coordenação da campanha de Moro para fazer uma live com o ex-juiz.
As tentativas de contato entre Sérgio Moro e lideranças evangélicas têm sido coordenadas pelo advogado Uziel Santana, ex-presidente da Associação Nacional dos Juristas Evangélicos (Anajure).
De acordo com informações da revista Veja, a iniciativa de Moro visa difundir o conceito de que o ex-juiz tem visão alinhada a valores caros ao segmento evangélico, como a oposição à ampliação do aborto e descriminalização das drogas.
A live tem previsão de ser realizada no início de fevereiro, aproveitando a repercussão de recentes críticas feitas pelo pastor Yago Martins à visita do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) à igreja Lagoinha Orlando, do pastor André Valadão.
Polêmicas
Martins vem sendo rotulado como “Felipe Neto evangélico” por sua disposição às polêmicas e abrangência de temas aos quais se propõe a comentar. Escritor, o youtuber também produz o podcast Dois Dedos de Teologia, onde se dedica a responder dúvidas sobre fé, religião e teologia.
Em 2020, o pastor sofreu uma ofensiva de cancelamento por parte dos “webcrentes”, grupo de influenciadores evangélicos nas redes sociais afeito à teologia liberal, por conta de uma resposta sobre homens usando brincos.
Na ocasião, Yago afirmou que o costume não caracteriza pecado, mas seria sinal de uma masculinidade relativizada: “Não é pecado, é só boiola”.
Diante das críticas, o pastor se defendeu e apontou riscos na relativização de valores: “Quando você faz um gracejo que envolve homossexualidade de forma negativa, como dizer que homem usar brinco é coisa de boiola […] dentro de um contexto bem-humorado e as pessoas ficam eriçadas nesse nível, eu entendo que aconteça vindo de descrentes, eu não entendo quando uma comunidade de webcrentes […] repetem esse tipo de discurso”, desabafou.
“‘Ah, Yago, achei uma brincadeira sem graça’. Tudo bem, não tem problema nenhum. ‘Achei desrespeitoso’. Tudo bem. Chamar isso de homofobia, tratar por homofobia, ao ponto da minha página no Instagram ser excluída, praticamente, ser ameaçada de ser excluída, ao ponto de eu perder uma plataforma de fala, é ridículo. E no fim das contas, fazem coro a todos aqueles que perseguem a Igreja”, pontuou.
A percepção de Yago sobre o tema é que aceitar a censura do “politicamente correto” é a porta de entrada para ingerência sobre as igrejas: “Quando estiverem entrando em igrejas para prender pastores, quando eu não estiver perdendo meu Instagram, mas quando eu estiver sendo preso por pregar na minha igreja que homossexualidade é pecado, quando outros pastores estiverem sendo presos por fazerem qualquer tipo de gracejo que envolva homossexualidade, no contexto de Igreja, quando pastores estiverem sendo presos […] esses webcrentes que ficam perseguindo qualquer pessoa que faça gracejos envolvendo homossexualidade, vocês vão ser culpados disso”.