Um trecho de uma pregação do pastor Felippe Valadão está sendo considerado pelo Ministério Público como discurso de intolerância religiosa e preconceito, e os promotores querem intimá-lo a fazer uma retratação pública.
Felippe Valadão participou de um evento organizado pela prefeitura de Itaboraí (RJ) e falou que integrantes de religiões de matriz africana não intimidariam os evangélicos da cidade com “despachos”, e acrescentou que “pais de santo” entregariam suas vidas a Jesus.
“De ontem para hoje tinha quatro despachos aqui na frente”, diz o pastor, apontando para a área em frente ao palco do evento. “Avisa aí para esses endemoniados de Itaboraí: o tempo da bagunça espiritual acabou. A Igreja está na rua, a Igreja está de pé!”, acrescentou.
Em seguida, o pastor da Igreja Batista da Lagoinha em Niterói (RJ) afirmou que o evangelismo resultará em conversões, mudando o cenário da cidade no interior fluminense:
“Pode matar galinha, pode fazer farofa, pode fazer o que você quiser. Ainda digo mais: prepara para ver muito centro de umbanda sendo fechado na cidade. Eu declaro, vem um tempo aí, Deus vai começar a salvar esses pais de santo que tem aqui na cidade. Você vai ver coisa que você nunca viu na vida. Chegou o tempo, Itaboraí. Aquele espírito maligno de roubalheira na política, acabou”.
Em maio, os parlamentares Átila Nunes (MDB) e Renata Souza (PSOL) entraram com uma ação no Ministério Público acusando o pastor Felipe Valadão de ter cometido crime.
Depois disso, de acordo com informações do portal Metrópoles, o Ministério Público do Rio de Janeiro, através da 1ª Promotoria de Tutela Coletiva do Núcleo Itaboraí abriu um inquérito civil para investigar as declarações do pastor durante o evento, que foi custeado pela prefeitura da cidade.
Embora ainda esteja na fase de apuração, o promotor Tiago Veras deseja intimar o pastor para se retratar publicamente sobre o caso. Enquanto isso, Felippe Valadão não se manifestou a nenhum momento a respeito das acusações contra ele.
Veja o trecho da pregação do pastor que gerou a denúncia: