Um prefeito fez uso das redes sociais para desferir uma série de críticas de cunho ofensivo contra os “macumbeiros”, expressão normalmente utilizada para se referir aos praticantes das religiões de matriz africana, como o candomblé.
Em sua publicação, Ildo de Souza (PSDB) deu a entender que estaria respondendo a algum tipo de reação por parte de ex-servidores: “Quem perdeu a teta deve mesmo defender as coisas do diabo porque aqui era coisa do diabo mesmo”, escreveu o político em um post.
“A verdade dói e quanto mais pobre de espírito mais amigo do capeta é”, completou o gestor. No começo, ele afirmou que “macumbeiros têm pacto com o Diabo (…) vão queimar no fogo do inferno junto com seus amiguinhos do Diabo (…) nunca vi macumbeiro fazer o bem (…) e quem faz macumba é gente do mal”.
Ildo é prefeito de Glicério, município localizado no interior de São Paulo. Após a repercussão da sua postagem, um professor o denunciou ao Ministério Público por suspeita de intolerância rleigiosa.
“Eu e os irmãos de fé já estamos cansados de ser taxados como pessoas do mal. Pessoas que incitam a violência e o ódio contra a religião de matriz africana são desagradáveis. O prefeito não tem o direito de condenar as pessoas que seguem essa religião como filhos do Diabo. Isso é inadmissível”, argumentou o denunciante, segundo o G1.
Denúncias
A postagem do prefeito Ildo de Souza foi feita no último dia 10, e a denúncia foi apresentada no dia 12. A Polícia Civil de Araçatuba ficou de investigar o caso.
Em nota publicada nas redes sociais, Ildo negou que tivesse cometido intolerância contra os praticantes das religiões de matriz africana. Ele disse respeitar a diversidade religiosa, explicando que a sua postagem teve como alvo apenas os que fazem uso do mal com o objetivo de lhe atacar.
“É de extrema importância ponderar que, na realidade, minha postagem visava destacar a manipulação das crenças legítimas por pessoas contrárias ao meu posicionamento político, que utilizam rituais inadequados para promover ataques direcionados a minha família”, argumentou. Veja também:
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