A maneira como uma criança é recebida na família e cria vínculos afetivos com os pais é crucial para sua saúde emocional, influenciando todo o seu comportamento no futuro. Foi isso o que Natasha percebeu quando já estava adulta, após enfrentar vários desafios na vida, incluindo a rejeição dos seus pais biológicos.
Ela foi adotada quando tinha apenas sete meses. Seus pais, ambos de origens étnicas diferentes, não quiseram ficar com ela. Já na escola, Natasha disse que sofreu bastante preconceito por conta disso, por ter herdado às características físicas do pai e da mãe.
“Meus amigos brancos me diziam que eu agia muito como uma negra e meus amigos negros diziam que eu era muito branca. Foi muito difícil encontrar minha identidade”, disse ela, que ainda muito nova já tinha dificuldades de lidar com suas emoções, o que lhe fez buscar aceitação social através de relacionamentos arriscados.
“Eu tive muitos acessos de raiva e problemas emocionais”, acrescenta, lembrando que com apenas 12 anos teve a sua primeira relação sexual. “Eu não entendia meu corpo e não sabia valorizá-lo. Por isso comecei em uma idade muito jovem e fui muito promíscua”.
Assim como muitos atualmente, Natasha sentia que estava perdida e que ninguém a compreendia. Ela queria se sentir emocionalmente segura, mas não encontrava nada suficiente para isso. Os relacionamentos amorosos se tornaram uma forma de fuga e expressão emocional irresponsável, até que aos 15 anos ela ficou grávida.
“Eu realmente senti que não tinha nenhum propósito. Eu não tinha certeza de quais metas eu tinha na vida. Eu me sentia perdida e sozinha, não tinha certeza de mais nada”, disse ela, lembrando que no meio da gestação o pai da criança foi morto com um tiro, o que lhe deixou ainda mais para baixo.
Foi sua mãe adotiva que lhe deu forças para seguir em frente, voltar aos estudos e entrar em uma faculdade. Mesmo assim, espiritualmente Natasha sabia que faltava algo e que toda a sua felicidade dependia disso.
“Eu ainda estava vazia por dentro. Eu ainda sentia como se estivesse perdendo algo e me sentia como um zumbi”, disse ela, explicando que isso lhe fez buscar no ocultismo respostas para o seu vazio existencial. “Eu sempre me senti atraída pelo mundo espiritual”.
“procurei preencher meu vazio com coisas como o tabuleiro de Ouija. Também costumava sair com meus amigos para realizar rituais no cemitério. Eu tinha essa fome por algo mais profundo”, completa, segundo a CBN News.
A libertação em Cristo
A mudança na vida de Natasha começou pelo testemunho do seu professor em sala de aula. “Havia algo nele que me intrigava. O jeito que ele se comportava. Eram as pequenas coisas”, lembra, dizendo que certo dia resolveu perguntar ao docente o que havia de especial nele.
“A resposta dele foi ‘sou um guerreiro de Jesus Cristo’. Ele nunca mencionou o nome de Jesus na aula. Nunca disse nada assim, mas a presença era tão forte que ainda podia sentir”, diz ela.
Depois disso, o professor convidou Natasha para sua igreja e quando ela esteve lá disse que “havia algo, eu sabia que aquilo era real e algo em mim se acendeu”. Isso foi o bastante para que ela decidisse entregar sua vida ao Senhor Jesus.
“Quando cheguei em casa, orei. Fui para o meu quarto, fechei a porta e disse: ‘Jesus, por favor, entre no meu coração’. Instantaneamente foi como se uma lâmpada acendesse”, disse. “Eu vi o meu verdadeiro valor em Cristo. Eu me vi tendo uma identidade Nele. Ele olhou para mim e viu uma linda filha que poderia mudar o mundo com sua ajuda”.