O escândalo envolvendo a Bola de Neve Church está sendo amplificado e as acusações agora alcançaram seu fundador, apóstolo Rina Seixas, que foi mencionado pelo enteado, Nathan Gouvea, como responsável direto pelas práticas abusivas que vêm sendo denunciadas nas filiais da igreja.
Em uma live com ex-pastores da Bola de Neve, Nathan relatou que sua mãe, Denise Seixas, quis se divorciar de Rina alegando ter sido agredida. No relato, ele afirma que a informação chegou a outros pastores que, ao invés de agirem para entender o caso e tratar os envolvidos, movimentaram os bastidores para abafar a situação:
“Pastor Mohamad, para ganhar pontos com meu padrasto, correu pra contar [ao Rina]”, disse o enteado do líder da Bola de Neve, referindo-se ao pastor da filial do Tatuapé, na zona leste de São Paulo, Mohamad Kassab.
O enteado de Rina destacou que as acusações feitas à cultura interna de liderança da Bola de Neve era a realidade no lar: “Da família, eu sempre quis distância porque sempre foi tudo muito abusivo. Tudo isso que vocês falam, ‘meu pastor fez isso, fez aquilo’, eu vivia dentro de casa, o tempo todo”.
“Era tão difícil que quando eu escutava o portão da casa abrindo e eu sabia que era meu padrasto entrando, eu pegava meu prato de comida – se eu estivesse almoçando – e corria para o meu quarto. De tão ruim que era o negócio”, acrescentou.
Mentiras e agressões
Nathan Gouvea foi enfático ao fazer alegações contra o caráter do líder da igreja: “Meu padrasto é mentiroso. Ele mente! Mentiu a vida inteira com relação a como me tratava, por exemplo. […] É muita hipocrisia da parte dele falar que tem que resolver internamente. Nunca resolveu nem comigo”, disse, questionando a postura adotada diante das acusações graves feitas contra a filial da Bola de Neve em Balneário Camboriú (SC).
Essa percepção de Nathan foi aprofundada em um comentário em que ele ilustrou o que seria uma prática centralizadora de Rina na igreja e na família: “Recebi uma proposta para trabalhar no maior escritório de futebol do Brasil, talvez o maior empresário de futebol do Brasil. Eu deveria me apresentar no dia 06 de janeiro, e todos os anos, a virada do ano a gente passava lá no litoral norte, numa super casa, super legal. E eu precisava voltar, já tinha passado a virada do ano, para poder me apresentar porque essa era a época que mais tinha trabalho lá por conta da Copa São Paulo de Futebol Junior. Quando eu fui me despedir dele, ele falou ‘você não vai […] não quero que você trabalhe nesse lugar’”.
“Aí eu virei para ele e falei ‘essa decisão não é sua, é o meu profissional’. Quando eu falei isso ele levantou e me deu um tabefe no ouvido. Isso foi tão forte… não tenho porque mentir. Tinha 21 [anos]. Começou me xingar um monte. Foi tão forte que eu fiquei um ano sem conseguir mergulhar direito porque entrava água no meu ouvido. Tudo tem que estar debaixo do comando dele, sempre”, acrescentou.
Questionado se viu a mãe apanhar, Natan disse que não: “Eu nunca vi. Xingar, tratar como escrava… mas isso era a família toda. Era eu, ela. Por exemplo, a gente ia viajar, era ele na frente andando, sem nada, e minha mãe atrás carregando as crianças e eu com todas as malas. Era sempre assim”, desabafou o filho de Denise Seixas.
Todo esse cenário, na visão de Nathan, vem do pouco embasamento bíblico no que é praticado dentro da Bola de Neve: “Uma cultura de medo que existe no Bola de Neve muito grande. Todo mundo morre de medo do ‘Ap’. Todo mundo. […] A reunião do conselho é uma mentira. Eles se reúnem, o Rina fala, fala, fala, a turma só concorda e é isso. Acabou. Não existe conselho”, opinou.
“Tem muita gente boa no Bola de Neve. Tem vários pastores sérios. A verdade é que tem muita gente legal. Mas hoje eu tenho um entendimento muito claro: se você ainda está no Bola, você é conivente com tudo isso […] Bola de Neve tem uma base teológica péssima, então você não está numa igreja, está numa seita”, encerrou Nathan Gouvea.
Confira: