Uma congregação da Bola de Neve Church está sendo acusada de desvio na aplicação de recursos públicos que deveriam ser usados em projetos sociais. Os pastores diretamente envolvidos com o caso negam irregularidades.
O Ministério Público de Santa Catarina está investigando uma denúncia de má administração de recursos públicos envolvendo institutos ligados à filial da Bola de Neve em Balneário Camboriú.
Um ex-membro da igreja foi o responsável por fazer as denúncias que agora estão sendo investigadas pelo promotor Jean Michel Forest, da 9ª Promotoria de Justiça da Comarca de Balneário Camboriú.
A denúncia indica que houve desvio de recursos públicos pela Organização da Sociedade Civil Árvore da Vida (Casa das Anas) e pelo Instituto para Empreendedoras (IPE). O denunciante, Marcio Bieda Junior, ex-pastor da Bola de Neve, acusa a igreja de usar os valores destinados às entidades para abrir um salão de beleza de luxo em nome da filha dos pastores da congregação.
A Casa das Anas é uma instituição de acolhida para mulheres vítimas de violência doméstica, ligada à Bola de Neve. Já o IPE seria um braço da mesma entidade, que recebe recursos públicos da prefeitura de Balneário Camboriú.
O promotor Jean Michel Forest cobrou informações da administração municipal sobre os repasses de valores à entidade.
O ex-pastor Bieda Junior também acusou os pastores da igreja de utilizar cozinheiras da Casa das Anas para preparar suas refeições diárias, e de se apropriar dos lucros da cantina da igreja, operada por voluntários. Além disso, uma empresa de artigos evangélicos gerida pelo pastor Natanael Paixão, teria a igreja como principal cliente, segundo o Exibir Gospel.
O outro lado
A Bola de Neve de Balneário Camboriú emitiu uma nota, assinada pelos pastores Natanael e Ana Paixão, afirmando que o Instituto para Empreendedoras não foi formalizado.
No comunicado, eles informam que o IPE atua de maneira informal com treinamento e auxílio a mulheres e negam ter feito retiradas financeiras da entidade, indicando que disponibilizaram seus nomes para viabilizar as atividades da entidade.
Com relação às acusações sobre a cantina e a loja de produtos evangélicos, Natanael e Ana admitiram a necessidade de adequar a situação conforme orientação jurídica da igreja e informaram que o assunto está sendo resolvido.
A Casa das Anas afirmou não ter ligação com nenhuma outra instituição, religiosa ou não, alegou atuar de maneira independente e transparente, sem nenhum outro campo de atuação a não ser a acolhida a mulheres vítimas de violência em diversos municípios catarinenses.