A ideia de que nenhuma reunião deve ser feita para conter o contágio pelo novo coronavírus já alcançou os planos para a celebração do nascimento de Jesus Cristo, com muitas pessoas sugerindo que todos deveriam iniciar os preparativos para o “Natal digital”. Em resposta, um líder cristão rejeitou a ideia.
O reverendo John Keenan, bispo de Paisley – uma cidade histórica na Escócia – reagiu à sugestão feita pelo primeiro-ministro do país, Nicola Sturgeon, e abraçada por muitos entusiastas das medidas de confinamento e distanciamento social.
“Ninguém quer um Natal digital”, disse o bispo, explicando que sua posição leva em consideração algo maior: “Esmagar falsas expectativas é uma coisa, mas ninguém quer diminuir a esperança das pessoas. A esperança talvez seja o bem mais precioso que possuímos. Sem ela, não conseguiremos combater esta pandemia, não cuidaremos de nós mesmos e dos outros e não conseguiremos construir um futuro para a próxima geração crescendo em meio ao medo”.
O líder cristão adotou postura contrária ao discurso politicamente correto nesse contexto, e acrescentou: “Devemos ter muito cuidado para não extinguir a esperança, as consequências disso seriam devastadoras”, alertou.
A polêmica
O assunto veio à tona após Sturgeon afirmar, em entrevista à filial escocesa da rádio BBC, que é “ficção” pensar que as famílias poderão se reunir no Natal e ter uma festa normal este ano.
As críticas à fala do primeiro-ministro foram amplas, incluindo outra autoridade, o diretor clínico nacional (uma espécie de ministro da Saúde do país), Jason Leitch, que comentou que “absolutamente não havia dúvida” de que a celebração aconteceria de forma normal nas casas.
Outra reação contrária à proposta de um “Natal digital” foi a da reverendíssima Dra. Susan Brown, organizadora do Faith Impact Forum da Igreja da Escócia. Ela admitiu que as festão provavelmente serão mais “discretas” esse ano, mas rejeitou a ideia de que não sejam realizadas nas igrejas.
“O Natal deste ano pode parecer muito diferente do que estamos acostumados, mas apesar dos desafios, as congregações da Igreja continuam a oferecer apoio e serviços, orações e reuniões usando tecnologia, bem como reuniões de adoração presenciais limitadas”, disse Susan.
Sentido do Natal
“Estaremos orando por pessoas que perderam entes queridos e por aqueles que estão sofrendo com o impacto da COVID-19 e por todos aqueles que, por qualquer motivo, acharão o período do Natal difícil, emocional e psicologicamente. Esperamos que as comemorações este ano sejam menores e discretas, mas nos momentos mais calmos pode haver a oportunidade de refletir sobre quem e o que realmente importa no Natal e sobre a própria história do Natal”, acrescentou.
Por fim, Susan Brown enfatizou do que se trata o Natal e sua relevância: “Para os cristãos, trata-se do milagre do menino Jesus, seu nascimento, símbolo do profundo amor de Deus por todos e que tocou esta terra para trazer à humanidade a paz e a esperança de que precisamos como indivíduos, comunidades, nações e como mundo”, concluiu, conforme informações do portal Christian Today.